Pesquisa do Inpa comprova diversidade de mais de 2 mil peixes na bacia Amazônica

Considerada a maior bacia hidrográfica do mundo, a Bacia Amazônica que abrange no Brasil os estados brasileiros do Amazonas, Amapá, Roraima, Rondônia, Mato Grosso e Pará, além de países vizinhos (Peru, Colômbia, Equador, Venezuela, Guiana e Bolívia), abriga mais 2.200 espécies de peixes.

Liderado pelo pesquisador francês Thierry Oberdorff, o estudo “Unexpected fish diversity gradients in the Amazon Basin” (Gradientes inesperados de diversidade de peixes na Bacia Amazônica) publicado em setembro de 2019 na revista Science Advances, conta com a colaboração de cientistas do Inpa e de outras instituições do Brasil e do mundo

✔ Cientistas do Mundo

O trabalho reuniu cientistas de várias partes do mundo e permitiu construir o mais completo banco de dados sobre a espetacular diversidade de peixes amazônicos. Estudos realizados a partir dessas informações sugerem que o principal centro de diversidade de peixes da bacia amazônica estava localizado na porção mais a oeste da bacia – onde hoje se situam os territórios da Colômbia e Peru.

O estudo revelou uma tendência de redução na riqueza de espécies no sentido cabeceiras-foz, ao contrário das previsões de aumento da riqueza em locais que ficam mais rio abaixo ao longo do gradiente fluvial (o aumento progressivo dos corpos d’água ao longo de uma bacia, desde os pequenos igarapés de cabeceiras até a foz do rio).

✔ Redução da diversidade de peixes

Os autores do artigo sugerem que a redução na diversidade de peixes no sentido cabeceiras-foz pode estar ligada à história da rede de drenagem da Amazônia. Eles entendem que após um longo período de isolamento como duas grandes bacias a oeste e leste durante o período Mioceno (entre 23 e 5 milhões de anos atrás), a formação das montanhas andinas na parte oeste fez com que os principais rios da bacia começassem a fluir para o leste, formando a Bacia Amazônica como conhecemos hoje. Os cientistas acreditam que rio Amazonas assumiu seu curso moderno em direção ao Atlântico em algum período entre 9 e 4,5 milhões de anos atrás.

“Esse processo de dispersão dos peixes para o leste parece ainda não ter sido completado, o que apóia a hipótese de uma formação recente do atual sistema amazônico. Na prática, isso significa que as partes mais rio abaixo da Bacia Amazônica ainda poderiam ser colonizadas por espécies que hoje ocorrem apenas nas regiões mais distantes da foz”, explicou o pesquisador do Inpa e um dos autores do artigo, o doutor em ecologia Jansen Zuanon.

✔ Clima influencia diversidade

De acordo com Zuanon, modelos estatísticos revelaram que a diversidade de peixes encontrada atualmente nas sub-bacias da Amazônia foi significativamente influenciada pelas condições climáticas do passado e do presente, tamanho e produtividade biológica das sub-bacias. Assim, as sub-bacias maiores, com maior diversidade de habitats e produtividade biológica e localizadas em partes da Amazônia que sofreram pouca variação climática ao longo do tempo evolutivo abrigam maior riqueza de espécies.

✔ Banco de Dados

O banco de dados de ocorrência de peixes é formado por informações obtidas de mais de 100 coleções, 22.000 localidades de coleta, 305.000 registros de ocorrência e 2.257 espécies. A partir dele, pesquisadores da França, Bélgica, Brasil, Colômbia, Peru, Bolívia e Estados Unidos, ligados ao Projeto AmazonFish avaliaram a importância de fatores ecológicos …Os autores do artigo sugerem que a redução na diversidade de peixes no sentido cabeceiras-foz pode estar ligada à história da rede de drenagem da Amazônia. Eles entendem que após um longo período de isolamento como duas grandes bacias a oeste e leste durante o período Mioceno (entre 23 e 5 milhões de anos atrás), a formação das montanhas andinas na parte oeste fez com que os principais rios da bacia começassem a fluir para o leste, formandoa Bacia Amazônica como conhecemos hoje. Os cientistas acreditam que rio Amazonas assumiu seu curso moderno em direção ao Atlântico em algum período entre 9 e 4,5 milhões de anos atrás.


“Esse processo de dispersão dos peixes para o leste parece ainda não ter sido completado, o que apóia a hipótese de uma formação recente do atual sistema amazônico. Na prática, isso significa que as partes mais rio abaixo da Bacia Amazônica ainda poderiam ser colonizadas por espécies que hoje ocorrem apenas nas regiões mais distantes da foz”, explicou o pesquisador do Inpa e um dos autores do artigo, o doutor em ecologia Jansen Zuanon.


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