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Alessandra Luppi Para o Portal ÚNICO
O Instituto Federal do Amazonas – IFAM, Campus Manaus Centro – tem desenvolvido projetos que oferecem alternativas, gerando renda e dão a mulheres em estado de vulnerabilidade, oportunidade de trabalho por meio dos cursos de Formação Inicial Continuada.
Entre os projetos de extensão sustentável estão os Tons da Terra e o Ateliê Ajurí, que utilizam extratos de plantas e solos da Amazônia para o desenvolvimento da técnica de tingimento natural e ecoprint em tecidos, bolsas e outros acessórios.
Cursos em tecido
O IFAM está desenvolvendo os cursos de extensão “Tingimento em Tecidos e Acessórios têxteis com plantas da Amazônia”, coordenado pela Dra. Fernanda Vilanni; “Produção de Tintas com Solos da Amazônia”, coordenado pelo Me. Gyovanni Ribeiro e “Doces Mulheres Empreendedoras”, coordenado pela Dra. Mirian Cartonilho.
Além de gerar conhecimento através das técnicas desenvolvidas, os cursos buscam criar oportunidades para que a comunidade em geral tenha um trabalho e gere renda familiar, criando peças únicas e exclusivas, utilizando a natureza como matéria-prima, sem poluir o meio ambiente.
O IFAM oferece, por ano, mais de quinze cursos de extensão e especificamente por meio do edital Empoderamento feminino recebe alunas que são encaminhadas para o Instituto através da Pastoral do Povo de Rua e do Ateliê Tukumâ.
Segundo a professora Ana Lúcia dos Santos, uma das coordenadoras do projeto, qualquer pessoa da comunidade pode procurar o Instituto e organizar turmas de alunos. “Todos são bem vindos”, informa.
Exposição de produtos
Ana Lúcia explica que no final de cada curso é realizada uma exposição para a venda dos produtos confeccionados. “A renda da exposição é repassada às alunas para que elas possam comprar seu próprio material, confeccionar suas peças e vendê-las. A ideia também é fazer essa parceria com a Pastoral do Povo de Rua para que essas mulheres deem continuidade ao trabalho e sejam multiplicadores”, explica .
Projeto Tons da Terra
O instituto realiza também cursos “Tons da Terra”, desenvolvido pelo professor Gyovanni Ribeiro, resultado de uma iniciativa da professora Fernanda Vilanni.
Ele explica: “Somos parceiros há quase dez anos nesse projeto. Como eu sou engenheiro agrônomo e a professora Fernanda é química, tínhamos esse viés em comum, que era trabalhar com a terra. Desenvolvemos então uma tinta de terra a partir dos solos da Amazônia porque percebemos que tínhamos muitas cores disponíveis aqui. Quando pegávamos a estrada para o município de Presidente Figueiredo (a 107 km de Manaus), percebemos ao longo do trajeto muitas cores que seriam possíveis coletar e transformar em tinta. Descobrimos a partir daí quais eram os solos que poderiam produzir essas tintas. Coletamos e fizemos vários experimentos, sempre com nossos alunos de iniciação científica e de atividade de Extensão envolvidos. De início utilizávamos essas tintas apenas na construção civil (paredes de casa, muros etc.). Depois fomos vislumbrando outros potenciais como a utilização delas no artesanato. Hoje ensinamos as mulheres das comunidades a confeccionarem suas próprias tintas a partir de materiais simples, como a terra do quintal, água, goma de tapioca ou cola branca. Começamos a fazer tintas com qualidade e resistência – todas testadas. Nos cursos começamos a utilizar a tinta também para a pintura de juta para a confecção de bolsas ecológicas. O objetivo é que futuramente o plástico seja substituído por esses materiais de fabricação natural que não agridem a natureza. Além das bolsas, as alunas do curso também pintam telas e vasos de cerâmica que serão vendidos posteriormente”, explica ele.
Todo o material produzido pelas alunas dos cursos estarão disponíveis durante uma exposição que acontece no dia 10 de dezembro, na sede do IFAM, Campus Manaus Centro, localizado na Av. Sete de Setembro, 1975, Centro, de 9h às 16h. Dentre as peças em exposição estarão roupas, bolsas, artesanatos e cerâmicas.
