Grupo social lança projeto cultural em comunidade indígena

Comunidade da periferia de Manaus recebe o “Banzeiro Kurumim & Kunhata

Projeto quer motivar os jovens por meio de atividades culturais

Alessandra Luppo, especial para o ÚNICO

O projeto ‘Banzeiro Cultural Kurumim & Kunhata’ que é realizado pelo IAJA (Instituto de Articulação de Juventude da Amazônia) e Comunicação, começa neste domingo (28), em parceria com o movimento Ocupaminart, IBRAT (Instituto Brasileiro de Transmaculidade), DUDA (Cultura, Cidadania e Economia Criativa LGBTI+ da Amazônia) e AKIM (Associação dos índios Kokama ).
A iniciativa conta com o apoio da SEC (Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa) e da Seduc (Secretaria de Estado de Educação e Desporto Escolar), que vão trabalhar em ação conjunta com o grupo.

Projeto na Comunidade

A Comunidade Nova Esperança Kokama, localizada no Ramal, 08, Km 08, Puraquequara II, será o primeiro local a ser contemplado pelo projeto cultural que tem por objetivo desenvolver o senso artístico dos participantes através de dança, arte do som, artes visuais e audiovisual. Começa nesse domingo (28).
Segundo o diretor-presidente da IAJA, Marcos Rodrigues, explica que o projeto contém atividades artísticas e culturais que são fundamentais na formação cultural e intelectual de adolescentes e jovens.
“As escolas e comunidades são territórios com grande potencial de produção cultural, mas não temos políticas de estado direcionadas que fomentam e incentivam ações culturais, as escolas são exemplos disso. Atualmente, temos escolas com grande índice de evasão escolar e ainda trabalham num viés de formação conteudista e mecanicista. É a partir da estratégia do ‘Banzeiro’ que vamos atuar juntos na escola, buscando resgatar esses alunos para o ambiente escolar e que eles possam se sentir pertencentes. Em sua primeira fase, o projeto busca democratizar e territorializar as políticas culturais, oportunizando o acesso à cultura e a arte através de atividades artísticas como a dança, o teatro, a música, a moda, artes visuais, o grafismo indígena e o grafite urbano”, disse.

Indústria criativa

Segundo o produtor cultural do projeto Banzeiro, Ravi Veiga, também pesquisador em Economia Criativa e mapeador das Indústrias Criativas no Estado do Amazonas, lembra que o ambiente escolar não é apenas um lugar para obter conhecimento técnico, mas precisa-se estimular a criatividade.
“Na realização das visitas técnicas nas escolas, por exemplo, ouvi muito a realidade dos alunos, que o índice de desistência está cada vez maior, porque eles não querem apenas estudar matérias convencionais, querem também desenvolver o potencial artístico deles, querem promover e difundir a cultura que existe dentro da comunidade que vivem e das escolas que frequentam”.
“ Nas comunidades, principalmente as comunidades rurais, existe a escassez de projetos culturais, por serem longas, encarecendo assim, a logística da produção. Então essa vivência que tive a oportunidade de participar, me fez refletir muito, de como nós gestores e produtores culturais, temos um papel muito importante na idealização e execução de projetos culturais, ou seja, Idealizar e executar projetos em áreas em que a arte e a cultura é de difícil acesso, descentralizando-as”, explica.
A empresária do Y Comunicação, Alessandra Reis, lembra a importância de um projeto cultural para todos, especialmente, destacando os povos originários, que é significativo para o estado do Amazonas.

“O projeto acontecerá em comunidades e escolas públicas da Zona Leste e Norte. Foi programado para realizar 12 ações, contando o lançamento, 10 caravanas culturais nas escolas e finalizando com “Festival Banzeiro Cultural”, que vai ser a junção dos produtos culturais feitos pelos alunos e que serão apresentados no evento. Iniciar esse trabalho em uma comunidade indígena, é tão importante quanto qualquer outro projeto nas comunidades da capital amazonense”.


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