Vem aí mais um aniversário da nossa cidade.Quero minha MANAUS de volta.

Meu pai, Ozani Garcia (in memoriam), chegou em Manaus, vindo de Eirunepé na década de 60,para trabalhar na indústria têxtil (FITEJUTA) no bairro de Educandos. Desde então criou laços profundos nessa cidade. Na fabrica conheceu minha mãe, casaram-se, tiveram filhos (sou o segundo de cinco). Nasci aqui em 1969. Tenho excelentes recordações desde o início da minha infância. Aprendi a ler com 6 anos, fruto de curiosidade e incentivo de minha Avó Luiza, então merendeira na escola São Lázaro,na rua Epitácio Pessoa, onde comecei a estudar aos 07 anos. Lembro da disciplina, do respeito aos mestres e aos mais velhos, de cantar o hino nacional e hastear a bandeira semanalmente. Depois veio o ginásio na escola Adalberto Vale no Morro da liberdade, onde participei da fanfarra e dos desfiles de 7 de setembro, além de ter feito amigos para toda vida.

A minha lembrança de Manaus na década de 80/90 é de uma cidade ordeira, em pleno desenvolvimento, com saúde, educação e segurança pública quase exemplares. Lembro de poder andar livremente em todos os lugares, festas, bairros, sem preocupação com violência. Dizíamos que a cidade tinha uns poucos meliantes e todos amplamente conhecidos e sem nenhum transtorno mais relevante. Crimes graves na zona sul eram raros e viravam uma comoção, como o assassinato do seu Darcilio no bar do seu ESTRELA na rua são Vicente.

A minha lembrança de Manaus

Quantas belas recordações das noites manauaras, das brincadeiras (festas) na casa dos amigos,do violão em frente a igreja de São Lázaro com meus amigos/irmãos da “GANG DE FORA”, dos retiros da igreja no paraíso verde na BR 174, do programa da tia “CIDA” na TV Acritica. Esse, um capítulo a parte em minha vida e na de centenas de jovens da época. Literalmente parava a cidade. Os vários grupos de cover´s do Menudo, Dominó, Ciclone e afins, se apresentavam. Tinha até a Madonna e o Michael Jackson do Amazonas. Os grupos vinham de toda parte da cidade, todos muito dedicados e comprometidos. Seria muito bom se tivesse um “revival” (Equipe de Acritica, que tal promover a reprise de alguns programas dessa época?). Diversão sadia e inteligente.

O protagonismo regional

O que espero para os próximos anos? Que a população ACORDE, Que lute por mudanças, de forma ordeira e organizada, que nos soltemos das amarras políticas que há décadas nos prendem em uma “torre” de isolamento e de compadrios em prol de meia dúzia de apaniguados. Que Manaus reassuma o protagonismo regional e que empresários bem intencionados aproveitem a mão de obra qualificada que está sendo formada e implantem uma nova matriz econômica, gerando renda e desenvolvimento.Que a segurança pública seja efetiva, com vigilância “Olho vivo” implantada e gerenciada de forma eficaz, que os crimes sejam elucidados e que criminosos sejam julgados e condenados de forma ágil.

Entretanto, nas duas últimas décadas, nossa querida cidade entrou em um ciclo vicioso de politicagem suja e de gestores pouco engajados com uma visão desenvolvimentista. Paramos no tempo, deitados em berço esplêndido de uma arrecadação baseada em uma única matriz econômica, sem nenhum movimento de incentivo a novos negócios relevantes. A chegada de universidades privadas foram as boas notícias destes anos, mas insuficientes para que nos tornássemos efetivamente o centro econômico e tecnológico da região norte.

Por fim, que a população deixe a posição de “Carneirinhos” esperando o lobo mau chegar, que amplie seus horizontes e conhecendo novos lugares e cidades, que efetivamente transforme Manaus em um lugar feliz para se viver. É a cidade onde nasci, onde casei e constituí minha família, onde tenho amigos e onde pretendo descansar esse corpo cansado ao final da jornada terrestre.

Jucem Rodrigues, Comunicador, Marketologo, fusqueiro e apaixonado por Manaus.


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