Universidade Federal forma 28 indígens de cinco etnias do médio rio Negro

Curso de Licenciatura Indígena, Políticas Educacionais e Desenvolvimento Sustentável foi aplicado em nheengatu, a língua geral

Duas novas turmas indígenas se formam no final deste mês e em agosto

A Universidade Federal do Amazonas (Ufam) está formando três turmas de professores indígenas, da região do médio e alto rio Negro, nas cidades de Santa Isabel do Rio Negro (a 630 km de Manaus) e São Gabriel da Cachoeira (a 852 km da capital), em Licenciatura Indígena, Políticas Educacionais e Desenvolvimento Sustentável. A primeira delas, formada por 28 acadêmicos de cinco etnias, colou grau no último sábado (16), em cerimônia que reuniu o reitor Sylvio Puga, o prefeito José Ribamar Beleza, representantes de organizações indígenas e sociedade civil.
As próximas cerimônias, serão das turmas Tukano e Baniwa, nos dias 26 e 28 de julho e a turma Yanomami, de Maturacá, no dia 20 de agosto, as três de São Gabriel da Cachoeira.

Formatura

Santa Isabel do Rio Negro é um dos municípios amazonenses com um dos maiores números de etnias catalogadas na Fundação Nacional do Índio (Funai). Ao todo, são 22 identificadas ao longo de toda extensão da calha do médio rio Negro. Na formatura, parte delas foi representada pelo cocar típico da tribo: baré, tukano, dessana, carapanã ou baniwa.
A oradora da turma, Cleocimara Reis Gomes, homenageou o padre Justino Resende, que deu nome à turma, e agradeceu ao comando da Ufam e ao movimento indígena, cuja luta permitiu a inclusão de todos na graduação superior. “As nossas lutas sempre foram intensas e poder participar e concluir esse curso, que foi todo ministrado na nossa língua (nheengatu, língua geral), é simbólico”, disse ela.

Reitor

O reitor da Ufam destacou também os muitos mestres que foram levados pela pandemia de Covid-19 e elogiou o atual coordenador do curso, professor Nelcioney Araújo, que os sucedeu “e assumiu o compromisso de, diante de tantos desafios, especialmente no período pandêmico, manter um constante diálogo com a reitoria e lideranças indígenas para equacionar pendências que colocavam o curso em risco”, frisou.


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