O NEGATIVISMO E O COMBATE A FOME

Ademir Ramos

Quem frequenta as redes sociais e participa dos debates com toda certeza já teve oportunidade de avaliar e analisar determinados comportamentos que se firmam não pelo diálogo fundamentado em argumentos objetivos, mas em crendices e fantasmas que no passado povoavam o mundo das trevas medievais e com avanço da globalização foram resgatados por determinados grupos sociais interessados em se apropriar do Estado e dominar politicamente a sociedade disseminando o medo, desinformação e o legalismo dos fariseus, que em nome de uma tradição religiosa ou familiar, são capazes de perseguir e matar para garantir o controle de mando do poder negando pela força o direito do contraditório como também qualquer outra concepção de mundo e dos fatos no curso da historia. O negativismo na política é comparado aos fariseus porque como agente de poder está pronto a operar contra qualquer leitura dos fatos e da lei que contrariem suas crenças pondo em risco sua permanência a frente do controle da situação de mando. No Estado Democrático de Direito esses políticos negativistas e seus aliados não podem tudo, mas, com absoluta certeza farão o que puderem para desqualificar as instituições e reordená-las de acordo com o perfil do seu mandatário. No Brasil, o negativismo está encarnado na presidência da república na figura de Jair Messias Bolsonaro, agregando entorno de si grupos econômicos e atores políticos amparados por uma política militarizada, como também, quando conveniente, recorre aos evangélicos para dar legitimidade as suas medidas contrárias aos direitos humanos e aos valores humanitários. Na democracia, a derrocada desse poder passa necessariamente pelas urnas, por esta razão é importante ter clareza e discernimento quanto à opção eleitoral na perspectiva de se formar um novo bloco histórico oriundo destas eleições de 2020 sob a direção dos partidos e lideranças vitoriosas pautadas muito mais por ações programáticas do que por viés ideológico vindo da esquerda ou da direitona negativista. Não interessa o rótulo que darão, o importante é responder com ações, projetos e programas combatendo a fome e gerando as condições concretas e necessárias para criação de novos postos de trabalho, emprego e renda porque quem tem fome tem pressa, a vida e a liberdade são nossos bens maiores na Democracia.

É professor, antropólogo, coordenador do projeto jaraqui e do núcleo de cultura política do Amazonas do Dpto. de Ciências Sociais da UFAM.


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