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“Parintina” Abatida no Curral do Garantidooo boi Garantido foi contagiado pela pauta de costume e da moralidade afoita dos bolsonaristas

Por: Ademir Ramos

Professor, antropólogo, coordenador do projeto jaraqui, do NCPAM/UFAM vinculado ao Dpto. de Ciências Sociais.

O bicho preguiça e o ócio criativo

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Ao despertar nos deparamos com um “retrato” de extrema beleza enquanto expressão da natureza viva circundante animada pela passarada com cânticos e aparições que seduz a todos por seus predicativos inerentes ao seu modo de ser.

O bicho Preguiça é fascinante porque além da sua natureza animal está presente também no imaginário da nossa gente em suas narrativas míticas criadoras que se traduz em cânticos, lendas, ritos e na arte literária.

Se no passado foi um bicho assustador, no presente a Preguiça é cheia de molejo, encanto e sedução. O seu movimento é sincrônico, com arte, ritmo e compasso, deixando o observador espantado pela sua segurança e indiferença a desfilar na floresta tanto no chão quanto nos altos das embaubeiras para suprir o seu apetite vegetariano.

Vez por outra somos também comparados com o bicho Preguiça quando nos posicionamos contrários a exploração e alienação do trabalho. O fato é que o ócio criativo como modo de pensar e ser no universo das relações sociais, em respeito à diversidade das culturas e da natureza transforma-nos em sujeitos de direitos.

A bandeira do ócio criativo faz de todos nós agentes empoderados do seu próprio tempo na busca de compreender tanto o óbvio quanto o desconhecido com beleza, sedução e encanto tal como o bicho Preguiça a se manifestar no recorte fotográfico das lentes do etnógrafo Valter Calheiros e muito mais ainda no ponto e vírgula da narrativa mítica de Macunaíma a exclamar de forma recorrente a preguiça comportamental como forma ardilosa de realização de suas conquistas.


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