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Tratamentos espirituais

Por: Juscelino Taketomi

Jornalista, há 28 anos servidor da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam)

Dia Mundial do Livro e as religiões intolerantes

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Por Juscelino Taketomi

O Dia Mundial do Livro, comemorado neste 23 de abril, é uma celebração muito significativa para os amantes da literatura e para todos que reconhecem o valor do conhecimento e da cultura que os livros proporcionam.

É interessante como a história do livro reflete a evolução da própria humanidade, desde os primeiros registros em placas de argila até os modernos e-readers.

No Brasil, assim como em muitos lugares do mundo, os livros desempenharam um papel fundamental na formação cultural e educacional da sociedade.

A introdução dos livros pelos portugueses, especialmente através dos esforços dos jesuítas, marcou o início de uma jornada que continua até hoje, com escritores e editores como Monteiro Lobato contribuindo para a disseminação da leitura.

A importância da leitura para o desenvolvimento intelectual não pode ser exagerada. Os livros nos permitem explorar mundos diferentes, entender perspectivas diversas e expandir nossos horizontes sem sair do lugar. Desde os primórdios da escrita, os livros têm sido veículos essenciais para a transmissão de conhecimento e cultura.

Necessário notar como a tecnologia está mudando a maneira como interagimos com os livros, com o crescimento dos livros digitais e dos e-readers. Embora ofereçam conveniência e facilidade de acesso, é importante considerar os impactos ambientais associados a esses dispositivos.

A sustentabilidade é uma preocupação cada vez mais relevante, e devemos avaliar cuidadosamente o custo ambiental tanto dos livros impressos quanto dos digitais.

Mas, seja em formato físico ou digital, o mais importante é que os livros continuem a desempenhar seu papel vital na promoção da educação, da cultura e do conhecimento, capacitando as pessoas a explorar novas ideias, desafiar preconceitos e enriquecer suas vidas.

Religiões criminosas

Tristemente, como nos tempos da Inquisição da Santa Madre Igreja Católica, a censura a livros no Brasil, principalmente pelas igrejas evangélicas, atenta contra os princípios fundamentais da liberdade de expressão e do acesso à informação.

A censura ao livro “O Avesso da Pele”, do escritor Jeferson Tenório, foi um ato criminoso, feito por mentes dúbias, contra uma obra premiada e que contesta o racismo em um país que se sabe caracterizado pela diversidade cultural e pela riqueza de suas letras.

A censura a livros, seja por motivos políticos, ideológicos ou morais, é um ato autoritário que fere os direitos individuais e a democracia.

Quando um governo ou uma instituição decide censurar ou proibir a circulação de determinadas obras está limitando o acesso das pessoas ao conhecimento e impondo uma visão unilateral sobre o que é aceitável ou não em termos de pensamento e expressão.

Impedir a circulação de obras literárias, muitas vezes sem sequer uma análise aprofundada do seu conteúdo, é um ato de ignorância que coloca em risco a liberdade de expressão, a pluralidade de ideias e o debate saudável na sociedade.

Identidade de um povo

É importante lembrar que a literatura desempenha um papel fundamental na construção da identidade de um povo, na preservação da memória coletiva e na promoção do diálogo intercultural.

Censurar livros é negar às futuras gerações a oportunidade de conhecer sua própria história, suas raízes e suas tradições, além de limitar sua capacidade de compreender e se relacionar com outras culturas e perspectivas.

É preciso resistir a qualquer tentativa de censura e defender o direito de todos os cidadãos de ler, aprender e pensar livremente.

Crônicas de Leandro Karnal

No Dia Mundial do Livro vale registrar o lançamento do livro do historiador e professor Leandro Karnal, em São Paulo, denominado ‘Para pensar e escrever melhor’, reunindo 50 crônicas que abordam o seu processo criativo.

Trata-se de uma reunião de textos publicados no jornal Estado de São Paulo em que Leandro explora o gênero crônica em atenção à modernidade dos jovens que, segundo análise e constatação dele mesmo, estão lendo muito sob a influência do aplicativo Whatsapp e interagindo no TikTok.

“É importante ler ideias um pouco mais complexas do que apenas uma linha. Espantar-se com algo. O espanto é o início da boa Filosofia. A proposta de textos curtos é abrir caminho para uma leitura significativa. A crônica prepara o cérebro para saltos maiores”, disse Karnal ao Estadão.

“É o momento de pensar na ferramenta generosa do livro. Escrevi as crônicas buscando a comunicação e o estímulo à leitura, jamais a unanimidade. A leitura abre portas, sempre”, destaca o autor.


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