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Cadeias Produtivas Sustentáveis

Por: Michele Lins Aracaty e Silva

Economista, Doutora em Desenvolvimento Regional, Docente do Departamento de Economia da UFAM, ex-vice-presidente do CORECON-AM.

Déficit de investimento: biodiversidade ameaçada

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Entre os cientistas e estudiosos da biodiversidade amazônica é inegável a necessidade de mais investimento para que os produtos da floresta sejam pesquisados, explorados de forma sustentável, gerem riqueza e contribuam para a conservação da floresta em pé.

Dada a potencialidade amazônica e sua importância mundial os investimentos em pesquisa para a biodiversidade são desproporcionalmente baixos em comparação aos destinados para outras regiões brasileiras.

Este alerta foi apresentado num artigo intitulado: “Financiamento Público Brasileiro para Pesquisa em Biodiversidade na Amazônia” (Brazilian Public Funding for Biodiversity Reserarch in the Amazon) publicado na revista: Perspecties in Ecology and Conservation.

Tal publicação, teve como recorte os anos de 2016 a 2022 onde se observou que as instituições amazônicas receberam aproximadamente 10% de todo o orçamento federal disponibilizado para subsidiar projetos de pesquisa e cerca de 23% dos recursos destinados a apoiar estudos ecológicos de longa duração. Ademais, em 2022, a Amazônia obteve 13% das bolsas de mestrado e doutorado e abrigou 12% dos pesquisadores que trabalham em pós-graduação em biodiversidade do país.

Para os autores, o resultado da pesquisa levanta uma preocupação uma vez que os conhecimentos sobre a Amazônia estão sendo subfinanciados em relação às outras regiões brasileiras. “As pesquisas sobre biodiversidade são importantes para entender como é a distribuição de espécies no território e quais regiões são ecologicamente mais sensíveis dentro de cada bioma” (Stegmann, 2024).

Fazendo uma análise através do viés econômico, podemos afirmar que todas as atividades econômicas dependem da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos. Portanto, o conhecimento acerca da biodiversidade é essencial para o funcionamento dos sistemas econômicos.

Buscar alternativas para melhorar o volume de investimento em pesquisas regionais sobre a biodiversidade amazônica é imprescindível para reduzir as vulnerabilidades socioeconômicas regionais e para gerar emprego e renda de forma sustentável.

Ademais, a biodiversidade é relevante para aportar a inovação em diversos setores como: biotecnologia, agricultura, farmácia, cosmética, nutrição, engenharia de materiais, entre outros. Precisamos conhecer a biodiversidade amazônica para que possamos decidir sobre os melhores investimentos e colocar em prática a exploração econômica dos recursos naturais aliada a preservação ambiental (IPEA).

Por fim, qualquer investimento ou política pública a ser fomentada na Amazônia precisa levar em consideração as pessoas que aqui habitam “os amazônidas”, seus conhecimentos tradicionais, seus hábitos, costumes e a cultura regional.


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