Ruínas de um forte mostra a presença portuguesa em Tabatinga
Urnas funerárias e gravuras em pedra existem em Urucará e Anamã
Fábio Rodrigues
Da redação do ÚNICO
A seca histórica nos rios da Amazônia trouxeram à tona – além das graves situações de risco das populações locais – três novos sítios históricos, segundo revelou à Folha de S. Paulo, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
Os locais — descobertos, em parte, com uma mãozinha das redes sociais— se juntam ao registro rupestre com feições humanas que já havia sido detectado na seca de 2010 e voltou a aparecer no Ponta das Lajes, próximo à confluência dos rios Rio Negro e Solimões, em frente a Manaus.
Em Tabatinga
Um dos sítios é o Forte São Francisco Xavier, às margens do rio Solimões, em Tabatinga, próximo à tríplice fronteira com Peru e Colômbia. Trata-se de uma construção do século 18 da qual se tinha conhecimento de sua existência com base em registros históricos.
Em Anamã e Urucará
No município de Anamã, o sítio Costa do Goiabeira revelou urnas funerárias cerâmicas, com a redução das águas. “Por fim, novos registros rupestres foram achados em Urucará (a 260 km da capital amazonense), município banhado pelo rio Uatumã. Neste sítio há gravuras em pedra, tal qual o encontrado no Ponta das Lajes, em Manaus”, diz a reportagem.
Os sítios trazem mais informações e ajudam a entender a história das populações que habitaram a região, além de valorizar a região, diz Leandro Grass, presidente do Iphan.
“Agora precisamos tentar aproveitar a situação, que é triste, é ruim, para fazer o detalhamento e registro dos sítios”, diz Grass. “Mesmo que depois com a água subindo não se tenha mais acesso permanente, temos a oportunidade de eternizar esses sítios”, destacou ele.
A descoberta contou com o olhar de pesquisadores da região, professores da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e um arqueólogo que trabalhava no Instituto Mamirauá.