Amazonas Energia informa dificuldade em levar combustível para termoelétricas
Concessionária aponta quadro de instabilidade nas calhas do Juruá e alto Solimões
A concessionária Amazonas Energia informou que cerca de 20 municípios do Amazonas estão sob risco no abastecimento de energia elétrica por conta da seca dos rios, normal nesse período do ano. A cidade de Benjamin Constant é a primeira a ser afetada pela estiagem, já que a vazante extrema tem dificultado a chegada das embarcações com alimentos e combustíveis, que são utilizados nas termoelétricas para geração de energia.
Um mês de viagem
Segundo a concessionária, o período de viagem até Benjamin Constant, localizado na tríplice fronteira (Brasil, Peru e Colômbia), que era de 20 dias já foi ampliado para um mês e a Prefeitura até declarou situação de emergência no início deste mês. Com isso, as balsas da Amazonas Energia, que levam o combustível para manter a termoelétrica em funcionamento, estão demorando mais para chegar com o insumo.
Abastecimento e calor excessivo
A empresa informou que, mensalmente, abastece as termoelétricas das localidades de Auxiliadora, Axinim, Sucunduri, Itapiranga, Rio Preto da Eva, Silves, Camaruã e Jacaré com até 3,5 milhões de litros de diesel, quantidade suficiente para gerar energia durante esse período e atender a população. “A concessionária leva o diesel de Manaus porque o custo é menor. Se fosse adquiri-lo nas cidades próximas, o gasto iria duplicar, correndo risco de não encontrar o produto na quantidade necessária. Se houver aumento de consumo neste período, o que deve ocorrer pelo calor excessivo, é possível que não consigamos suprir a demanda a tempo de evitar um racionamento”, declarou o diretor de Relações Institucionais, Radyr Gomes.
Situação generalizada
Segundo a concessionária, Benjamin Constant não é um caso isolado de prejuízos causados pela seca. A Defesa Civil do Amazonas aponta que 23 municípios estão fora da normalidade, 15 em situação de alerta e sete em situação de atenção. “Em todos os municípios que podem ser afetados pela vazante, o serviço de energia é realizado por meio de termoelétricas, que dependem do diesel para funcionar”, explica Radyr Gomes.
Os pontos mais críticos em relação à logística estão situados nas calhas do Juruá e Alto Solimões, no município de Maraã e comunidades do Limoeiro, Vila Bitencourt e Purus.