As duas filhas dela continuam internadas com desnutrição
Há relatos de mais mortes nas aldeias, na floresta
Uma mulher Yanomami, de 33 anos, morreu na sexta-feira (27), em Boa Vista. Ela tinha desnutrição grave e estava na UTI do Hospital Geral de Roraima. A indígena era mãe de duas crianças que estão internadas no único hospital infantil do estado, também em tratamento por desnutrição grave.
O pai das meninas, também doente, as acompanhava no Hospital da Criança Santo Antônio. Ele foi informado sobre a morte da esposa na unidade ainda na sexta e decidiu acompanhar o corpo até a comunidade, para participar do ritual fúnebre. Um servidor da saúde deve ficar com as crianças enquanto o pai estiver ausente.
O G1 teve acesso à declaração de óbito da vítima. No documento, cita que ela teve acidose metabólica refratária e pseudocolite membranosa, que ocorre quando o paciente sofre de uma intensa desidratação, carência de nutrientes e inflamação intestinal que pode ser causada por verminose.
Mais cinco denúncias
O presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Ye’kuana(Condisi), Júnior Hekurari Yanomami, informou neste sábado (28) que há relatos de que ao menos outros cinco indígenas morreram em comunidades dentro da Terra Yanomami, entre as vítimas estão um menino, de 9 anos, e um líder indígena.
“Recebi a informação dos Yanomami da região de Surucucu. Eles disseram que uma liderança e uma criança de 9 anos faleceu de malária dentro da floresta. A equipe de saúde foi resgatar, mas só resgataram quatro yanomami em estado grave de malária. Os corpos estão lá na floresta”, disse Hekurari em entrevista à Rede Amazônica.
Segundo o presidente, as vítimas eram da comunidade Komatha, região de Surucucu, onde há o polo base de saúde considerado referência dentro do território.
“Morreram dentro da floresta porque foram procurar alimentação”, disse Hekurari, acrescentando que busca ajuda para retirar os corpos de onde estão para levá-los à comunidade onde viviam.

