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COP28 e o futuro da Amazônia

Por: Michele Lins Aracaty e Silva

Economista, Doutora em Desenvolvimento Regional, Docente do Departamento de Economia da UFAM, ex-vice-presidente do CORECON-AM.

Reciclagem do Plástico

Plástico

No texto publicado no dia 10 de dezembro de 2022, apresentamos a Nova Economia do Plástico, que surge como uma proposta já muito bem implementada nos países desenvolvidos, mas que deve demorar um bom tempo para alcançar as economias emergentes como o Brasil.

Passados doze anos após entrar em vigor a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) a geração de resíduos no Brasil teve um aumento de 19%, chegando a 80 milhões de toneladas/ ano e o volume de reciclagem destes materiais segue no patamar inferior a 4% na média nacional (Abrelpe).

O aumento da geração de resíduos seguido pelos baixos índices de reciclagem configuram-se como relevantes desafios para a sociedade e para a gestão pública e deixam evidente a necessidade de estimular cada vez mais o reaproveitamento de resíduos.

Em relação à Reciclagem do Plástico, a realidade brasileira ainda se limita à olhar para o resíduo plástico como fonte de divisa e geração de emprego e renda para a indústria de transformação.

O país que mais recicla no mundo é a Alemanha, com mais de 60% dos resíduos sólidos reciclados. Em seguida, vem a Coréia do Sul com 59%, Áustria e Eslovênia com 58% e a Bélgica com 55% (Recicla Sampa).

Os números da reciclagem do plástico no Brasil são os seguintes: em 2018 foram 22%, em 2019 chegamos ao patamar de 24% e os números mais recentes de 2020 registram 23% das embalagens plásticas inseridas na economia circular e disponíveis para se transformarem em outros produtos.

No Brasil, a reciclagem do plástico é a quarta atividade que mais gera emprego e renda na indústria da transformação e está sendo objeto do Plano de Incentivo à Cadeia do Plástico (PICPlast), que constitui numa iniciativa criada pela ABIPLAST, Associação Brasileira da Indústria de Plástico e a Braskem, maior produtora de resinas termoplásticas das Américas.

De acordo com a ABIPLAST, por meio de uma série de programas direcionados aos interesses do setor, o PICPlast fomentará a competitividade e produtividade da transformação de plástico no Brasil, promoverá investimentos que visam estimular as exportações de produtos transformados, incentivará a inovação e a qualificação profissional, além de proporcionar um desenvolvimento de gestão empresarial.

Além disso, o Plano de Incentivo à Cadeia do Plástico – PICPlast também direciona esforços para a promoção das vantagens do plástico, evidenciando a versatilidade e os benefícios desse importante material. As ações do PICPlast estão alicerçadas em três pilares: exportação de transformados, competitividade e inovação e vantagens do plástico.

Ademais, do total de resíduos reciclados, 1070 mil toneladas referem-se aos utensílios de uso único (embalagens rígidas e flexíveis) e demais descartáveis correspondendo a 67,4% do montante reciclado em 2021.

De acordo com a MaxiQuim (empresa de avaliação de negócios na indústria química com foco em análise de mercados e competitividade), 1,5 milhão de toneladas de resíduo plástico chegaram às recicladoras por meio dos sucateiros (27%), beneficiadores (21%), empresas de gestão de resíduos (11%) e cooperativas (10%), entre outros.

O cenário descrito também pode ser observado pela ótica da oportunidade no que tange à geração de emprego e renda. Uma vez que, quanto maior a demanda por reciclagem de resíduos mais oportunidades de empregos no setor.

Nos últimos doze anos registou-se um aumento de 17% no total de empregos diretos no setor, com geração de mais de 48.000 postos de trabalho gerados em todas as regiões brasileiras, mas ainda temos muito a avançar.

Por fim, o tema aqui abordado merece muita atenção não somente em relação à abordagem econômica e social através da geração de emprego e renda, mas também quando se avalia a perspectiva ambiental e preservacionista.

O conteúdo deste artigo é de inteira responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do ÚNICO


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