Ministério da Economia quer reduzir em 10% as alíquotas do Imposto de Importação
Governo Federal também fala em ICMS fixo, o que vai prejudicar arrecadação
O deputado estadual Serafim Corrêa (PSB) alertou nesta quarta-feira (29) para o risco que a Zona Franca de Manaus (ZFM) está correndo diante da nova proposta do Governo de Jair Bolsonaro de redução de 10% das alíquotas do Imposto de Importação para todo o país.Para o deputado, a intenção do ministro da Economia, Paulo Guedes, de cortar 10% das alíquotas do II, resultaria diretamente na perda de milhares de empregos no Polo Industrial de Manaus (PIM).
“Isso representa o golpe fatal no PIM, porque na hora que diminuir 10%, os preços daquilo que é produzido na Zona Franca de Manaus perderão competitividade diante dos importados. O que nós vamos ver é aquele mesmo quadro de 1990, quando milhares de trabalhadores do Distrito Industrial foram mandados embora quando centenas de empresas quebraram e fecharam. Meu repúdio à política econômica do governo, completamente equivocada. O que temos é uma instabilidade política. O presidente tem que ficar na dele e parar de falar besteira”, disse Serafim.
ICMS
Outro problema abordado pelo líder do PSB na Assembleia Legislativa do Amazonas, é a proposta do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), em querer fixar o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e deixar os demais impostos “flutuantes”.
“Obviamente isso é muito ruim. A gasolina daqui a pouco chega a R$ 7; o diesel será reajustado de novo; o gás, idem. Vemos o presidente da República querer que o ICMS tenha um valor fixo. Aí, independente de aumentar a gasolina na Petrobras ou não, o valor do ICMS seria sempre o mesmo. O que ele está propondo é que o ICMS fique congelado em “x” reais e que o resto flutue. Não pode ser assim. Ou congela tudo ou não congela nada”, discordou.
Falta equilíbrio
Para o deputado Serafim Corrêa, é necessário equilíbrio e serenidade por parte de Bolsonaro, na condução da política econômica. “Do jeito que está, todo dia o dólar flutua para cima. E como o preço dos combustíveis está atrelado ao dólar, o que temos é esse aumento permanentemente de preço. Daqui a pouco a inflação estará de volta. Os mais jovens não lembram disso. Não sabem o que é ter uma inflação de 10%, 20% e 30% ao mês. Mas esse tempo está começando a voltar. Lamento a insensibilidade do presidente da República”, concluiu.