A promotora de justiça Karla Cristina da Silva Reis atua em Barcelos e Manacapuru
Ela é uma das agentes públicas que luta pela promoção da igualdade racial no Amazonas
A promotora de justiça do Ministério Público do Amazonas, Karla Cristina da Silva Reis, recebeu uma homenagem nesta terça-feira (21), em alusão ao ‘Dia Nacional da Consciência Negra’, na Câmara Municipal de Manaus (CMM). O tributo é de autoria do presidente da CMM, vereador Caio André (PSC), que reconhece o trabalho jurídico da promotora de Justiça, no Estado do Amazonas, especialmente em Manacapuru e Barcelos.
Karla Cristina mantém além do trabalho para promoção da igualdade racial, a coordenação a Comissão Feminina do Comitê de Combate à Corrupção no Amazonas e a Diretoria de Mulheres da Associação Amazonense do Ministério Público.
Palavra da promotora
A promotora Karla Cristina da Silva Reis, explica que a luta no sistema de justiça para combate ao crime racial precisa ter uma representatividade adequada.
“Ainda temos inúmeras batalhas pela frente, porém, com uma representação à altura da causa podemos continuar avançando. Entendo que nossas ações em favor da promoção da consciência negra precisam ser todo dia e constantes”, disse.
Instituto Afro reforça discurso
O presidente do InstitutoNacional Afro Origem Amazonas (Inaô-AM), o jurista Christian Rocha, que atua em defesa das causas negras e afrodescendentes destacou a importância da Câmara de Manaus no processo dessa luta.
“O reconhecimento do poder legislativo quanto ao Dia Nacional da Consciência Negra nos mostra como a política hoje vem se mobilizando e preocupando com a cidadania deste povo, que precisa não apenas de reconhecimento social e políticas públicas, mas, acima de tudo, serem ouvidos”, afirmou.
O conselheiro da igualdade racial, Mestre Cristiano, informou que dados sobre um estudo feito pela Rede de Observatórios revela que, em 2022, uma pessoa negra foi morta por policiais a cada quatro horas.
“Ainda nesta pesquisa foram apresentados dados de que dos 3.171 casos analisados, 2.770 das vítimas era negras, representando 87,35% do total. Isso é urgente, ainda mais no País em que vivemos. Lamentável que ainda vivemos um racismo estrutural, sendo presente em diversas esferas da sociedade brasileira”, pontua.

História
O Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, foi instituído oficialmente pela Lei nº 12.519, de 10 de novembro de 2011. A data faz referência à morte de Zumbi, o então líder do Quilombo dos Palmares – situado entre os estados de Alagoas e Pernambuco, na Região Nordeste do Brasil.
A data de sua morte, descoberta por historiadores no início da década de 1970, motivou membros do Movimento Negro Unificado contra a Discriminação Racial, em um congresso realizado em São Paulo, no ano de 1978, a elegerem a figura de Zumbi como um símbolo da luta resistência dos negros escravizados no Brasil, bem como da luta por direitos que os afro-brasileiros reivindicam.