A obra estava perdida no porão do Palácio do Planalto
“Mais cores e brasilidade”, publicou Janja em suas redes sociais
A artista do Amazonas Mady Benzecry virou notícia porque a primeira dama Rosângela da Silva, a Janja, anunciou na sexta-feira passada (13), que afixou uma obra da pintora, poeta e compositora na entrada de seu gabinete. A obra foi encontrada no porão do Palácio do Planalto.
Messody Benoliel Benzecry, conhecida no meio artístico como Mady (meidi) Benzecry viveu no Rio de Janeiro por mais de 30 anos. É poeta, compositora, musicista e artista plástica do Amazonas.
“Sarandalhas” foi seu último trabalho poético. A obra foi publicada em 1967 com gravuras do colossal Moacir de Andrade. Para Jorge Amado trata-se das suas “recordações de infância”, vivida em Manaus com os personagens populares como Bomba-lá, Carmem Doida, Nega Charuto, Alfredo Lezo.
Força feminina
A primeira-dama Rosângela Lula da Silva, conhecida como Janja, exaltou a brasilidade e a força feminina ao escolher o quadro da artista amazonense Mady Benzecry. A decisão foi anunciada nas redes sociais onde ela postou uma foto ao lado de um quadro de Mady.
A pintura retrata mulheres com vestimentas tradicionais de religiões de matriz africana em um tipo de rito à beira da água. “Mais cores e brasilidade no Palácio do Planalto”, disse Janja em seu post.
Quem foi Mady Benzecry?
Mady Benoliel Benzecry nasceu em Manaus, em 19 de fevereiro de 1933, filha de duas tradicionais famílias amazonenses de ascendência judaico-marroquina – Pazuello e Benoliel. Estudou em um tradicional colégio que disciplinava mulheres ao estereótipo “moças da boa sociedade”. Aos 30 anos, mudou-se para o Rio de Janeiro. Casou com o entalhador pernambucano Eugênio Carlos Batista. Juntos, eles fizeram diversas exposições de obras assinadas “Batista e Mady”. O casal também teve 2 filhos: Jacob Elias Benzecry e Norma Nellie. A artista plástica se inspirava em artes populares e utilizava cores exuberantes. Ela também publicou 2 livros de poesia: “De todos os crepúsculos” (1964) e “Sarandalhas” (1967). Mady Benzecry morreu em 11 de junho de 2003, aos 70 anos, no Rio de Janeiro.