carlos-santiago-artigo-768x741
Todos contra David Almeida?

Por: Carlos Santiago

Sociólogo, Analista Político, Advogado e Membro da Academia de Letras e Culturas da Amazônia – Alcama.

Presidenciáveis e possibilidades

WhatsApp Image 2021-11-16 at 08.25.02

Há inúmeros postulantes ao cargo de presidente da República. Alguns se lançam para disputar e vencer; outros, apenas para barganhar espaço político e poder; há, ainda, candidatura movida por vaidades ou por exposição da marca partidária.

Lula (PT) é forte candidato. Tem carisma, eleitorado cativo, um forte partido e fez governos com realizações e com popularidade. Porém, aconteceram escândalos de corrupção envolvendo os seus governos e seus correligionários. Além disso, tempo na vida pública traz desgaste. Se Lula conseguir montar uma boa aliança eleitoral e convencer uma parcela do eleitoral que não tem envolvimento com a corrupção e que pode superar a crise atual, ele terá condições de obter um terceiro mandato.

Bolsonaro é muito competitivo. Possui seguidores fiéis. Terá uma forte aliança nacional e nos Estados, com caciques e novas lideranças, mas faz um governo sem grandes realizações e enfrenta uma forte rejeição por causa da pandemia do coronavírus e pela crise econômica. Se Bolsonaro melhorar os indicadores econômicos, baixar a sua rejeição popular e conseguir implantar o Auxílio Brasil, poderá conquistar mais um mandato.

Ciro Gomes (PDT) é um candidato muito qualificado. Experiente, tem realizações e detém boas ideias e propostas. Porém, ainda não possui aliança nacional e regional fortes. A maioria do seu eleitorado é do mesmo campo político de Lula, em especial na região do Nordeste. Além disso, Ciro Gomes se envolve em conflitos desnecessários. Ademais, com a entrada de Sérgio Moro na corrida presidencial a posição de Ciro fica mais difícil.

Sérgio Moro (Podemos) para presidente ainda é uma interrogação. É conhecido, possui admiradores e ingressou num partido político sem imagem negativa. Tem apoio da grande imprensa. No entanto, terá que responder ao eleitorado sobre suas decisões como juiz da Operação Lava Jato e da sua atuação ao lado do presidente Bolsonaro. Moro é hoje o melhor nome da Terceira Via política.

Rodrigo Pacheco (PSD) é desconhecido. Não tem lastro político. Presidente de um Poder desgastado. Terá dificuldade para consolidar o seu nome e ser viável, principalmente nesse momento em que o eleitorado não quer apostar em nomes desconhecidos. É mineiro, filiado num partido forte e tem bom trânsito junto aos partidos de centro.

Luiz Mandetta (União Brasil) ainda não tem o apoio do seu partido. Ficou enfraquecido com o nome de Sérgio Moro dentro campo da Terceira Via eleitoral, com passagem prévia pelo Ministério da Saúde, durante a pandemia, mas depois da sua saída não obteve melhores espaços na mídia.

O PSDB não escolheu o seu pré-candidato. Até o momento nenhum deles empolgam o partido e o eleitorado. Essa prévia que está sendo realizada pode inclusive dividir ainda mais o PSDB. Arthur Neto, João Dória e Eduardo Leite estão com dificuldades fora e dentro do partido para tornarem-se competitivos.

Simone Tebet (MBD) é de família tradicional da política. É filiada a um grande partido e é uma senadora atuante. Porém, desconhecida e não consegue unir o MDB. Por isso, é muito difícil na atual quadra política manter a sua pré-candidatura.

O professor Luiz Felipe será um candidato para marcar posição e divulgar as ideias do Partido Novo. Desconhecido e sem força política. Ele irá buscar recuperar a imagem do Partido Novo que ficou muito ligado ao presidente Bolsonaro.

A ex-ministra Marina Silva (REDE) é uma mulher fantástica. Séria e respeitada. Experiente e realizadora. Mas, no atual quadro político, ela só tem chance a uma das vagas na Câmara dos Deputados.

Portanto, o momento é de identificar nomes, avaliar possibilidades e apontar caminhos, mas a decisão real e autônoma será do eleitorado em 2022.

O conteúdo deste artigo é de inteira responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do ÚNICO


Qual sua Opinião?

Confira Também