Praticantes das religiões de raiz africana vão fazer mobilização em homenagem a Exu

Dono do nome “Marcha para Exu” não gostou do uso da marca em Manaus

Umbanda e Candomblé querem derrubar o mito de que Exu é um demônio

Alessandra Luppo
Da redação do ÚNICO

Eles vão marchar da Praça da Polícia (Avenida Sete de Setembro) até a Praça do Congresso (Avenida Eduardo Ribeiro) cantando e dançando para mostrar a Manaus que, se de um lado existe muita desinformação a respeito dos Exus e Pombogiras, de outro existe muita fé e segurança nos chamados “guardiões”.

Os praticantes das religiões de raízes africanas vão desfilar pelo centro da cidade na primeira “Marcha para Exú” da história da capital, no próximo sábado (30), com concentração na Praça da Polícia, a partir das 14h. De lá, vão para a Praça do Congresso onde um trio elétrico os espera para festejar as entidades.

Exu não é demônio.

Promovida pela Associação de Desenvolvimento Sócio Cultural Toy Badé e pela Articulação Amazônica dos Povos e Comunidades Tradicionais de Terreiro de Matriz Africana (Aratrama) a marcha para Exu tem como tema “Exu não é demônio” e vai defender o direito desse segmento também mostrar sua religiosidade pelas ruas, como fazem os católicos e evangélicos e quer mostrar quem na verdade é Exu.
De acordo com as religiões de matriz africana, Exu é a divindade que representa o mensageiro, a circulação da ideia, a comunicação, o cuidador da segurança – com algumas variações entre os praticantes da Umbanda e os do Candomblé.


Não é uma entidade do mal nem demônio. Essa é uma visão católica da entidade que acabou se espalhando pelo mundo inteiro. A própria noção de demônio é cristã e não tem relação com a tradição africana.

Polêmica no nome

O dono da patente do nome “Marcha para Exú”, que foi quem lançou o evento em São Paulo no mês passado, Jonathan Pires, disse que não autorizou o uso do nome no evento de Manaus. Os coordenadores locais ainda não se pronunciaram a respeito disso.

Se a marcha de Manaus for realizada com o mesmo nome, Pires poderá entrar com uma ação judicial contra o Coletivo Afroamazônico. A ação pode resultar em indenização para Pires e até mesmo na proibição da realização da marcha.


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