Secretário de Saúde do Amazonas está preso, por cinco dias
Investigações dizem respeito a desvios de recursos públicos
Dono da Nilton Lins reage a tiros à chegada dos federais
Operação adia o julgamento de denúncia contra o governador no STJ
Começa hoje a vacinação do público maior de 18 anos em Manaus, contra a Covid-19
Professores de Manaus deflagram greve por tempo indeterminado
PF faz operação em Manaus
A Polícia Federal divulgou nota nesta quarta-feira (2) informando que deflagrou a quarta fase da Operação Sangria no Amazonas, para cumprir 19 mandados de busca e apreensão e seis de prisão temporária em Manaus e em Porto Alegre (RS), além de sequestro de bens e valores,
que, somados, alcançam a quantia de R$ 22,83 milhões. A PF investiga fatos relacionados a possíveis práticas como formação de organização criminosa, fraude a licitação e desvio de recursos públicos.
As ações que começaram nas primeiras horas do dia, começaram nas casas do governador Wilson Lima (PSC), do vice-governador Carlos Almeida e do secretário estadual de Saúde, Marcellus Campêlo. A operação foi autorizada pelo STJ e, além dos integrantes do governo, mira em empresários de Manaus.
Investigações da PF
Diz a nota da PF que, “segundo as investigações, há indícios de que funcionários do alto escalão da Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas realizaram contratação fraudulenta, para favorecer grupo de empresários locais, sob orientação da cúpula do Governo do Estado, de um hospital de campanha que, de acordo com os elementos de prova, não atende às necessidades básicas de assistência à população atingida pela pandemia COVID-19, bem como coloca em risco de contaminação os pacientes e os funcionários da unidade.
Verificou-se, ainda, que contratos das áreas de conservação e limpeza, lavanderia hospitalar e
diagnóstico por imagem, todos os três firmados em janeiro de 2021 com o Governo do
Amazonas, cujos serviços são prestados em apoio ao hospital de campanha, contêm indícios
de montagem e direcionamento de procedimento licitatório, prática de sobrepreço e não
prestação de serviços contratados”.
Sigilos bancários quebrados
O ministro Francisco Falcão, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), autorizou também que sejam quebrados os sigilos bancário e fiscal de empresários, do governador Wilson Lima (PSC) e do secretário de saúde do estado, Marcellus Campêlo. O pedido de quebra de sigilos bancário e fiscal foi feito pelo Ministério Público Federal (MPF) para permitir “a avaliação da compatibilidade entre os valores movimentados e declarados à receita e a evolução patrimonial dos investigados durante o período objeto da apuração”. As quebras são referentes aos anos de 2020 e de 2021.
Seis prisões previstas
De acordo com a decisão do STJ, estão autorizadas a prisão temporária de cinco dias, do secretário de Saúde do Estado, Marcellus Campêlo, do proprietário do Hospital Nilton Lins, Nilton Costa Lins Júnior, de Sérgio José Silva Chalub, proprietário de lavanderia que fechou contrato com o governo sob suspeita de superfaturamento e dos empresários Rafael Garcia de Oliveira, Frank Andrey Gomes de Abreu e Carlos Henrique Alecrim John.
Campellus já está detido
Segundo informações não oficiais, o secretário Marcellus Campêlo já está detido na sede da Polícia Federal, no bairro Dom Pedro.
Tiros e consulado
De acordo com o site “O Antagonista”, a equipe da Polícia Federal escalada para atuar na casa do empresário Nilton Lins foi recebida a tiros, quando chegou. O empresário teria fugido e estaria abrigado agora no Consulado da Suécia.
STJ interrompe julgamento da Operação Sangria
Marcado para esta quarta-feira (2), no Superior Tribunal de Justiça (STJ), o julgamento da Ação Penal AP 993/DF, com a denúncia da Procuradoria Geral da República contra o governador Wilson Lima, o vice-governador Carlos Almeida Filho e mais 16 pessoas, por superfaturamento na compra de respiradores não adequados para tratamento de pacientes de Covid-19, em 2020, no Estado.
Os ministros consideraram que o processo “não está maduro para julgamento” e decidiram abrir mais prazo para o Ministério Público e a defesa dos acusados.
A sessão foi iniciada com a denúncia da subprocuradora do STJ Lindôra Maria Araújo, que comunicou à corte sobre a operação que está sendo realizada pela PF em Manaus e o julgamento foi suspenso.
Vacinação começa hoje
Começou nesta quarta-feira (2) a vacinação contra a Covid19, de adultos sem doenças preexistentes em Manaus. A primeira faixa etária atendida será a de 59 e 58 anos durante toda esta quarta. Na quinta-feira será a vez das pessoas de 57 e 56 anos e, na sexta-feira (4), será a vez de pessoas de 55 anos.
No sábado, começa a imunização da população carcerária, rodoviários, caminhoneiros e pais de crianças com deficiência permanente, que foram incluídos como grupos vulneráveis pelo Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação.
Professores em greve
Os professores de Manaus decidiram entrar em greve, por tempo indeterminado, contra a volta das aulas presenciais. A decisão foi tomada ontem à noite, em assembleia da categoria, convocada pela Associação dos Professores e Pedagogos de Manaus (Asprom Sindical). Foram quatro horas de discussão, com participações virtuais e presenciais, para definir que a greve começa na segunda-feira (7); as aulas remotas vão continuar a ser ministradas; para retorno de 305% dos professores (exigido por lei) as escolas precisarão de modificações físicas; que os ônibus sejam fiscalizados e haja álcool em gel para passageiros e desinfecção após as viagens e, principalmente, que a volta seja estabelecida 15 dias após a aplicação da segunda dose da vacina, o que será em meados de agosto.
Cientista participa da assembleia
O pesquisador do INPA, Lucas Frrrante foi convidado a participar da Assembleia dos professores e reforçou que existe Estudo Científico que aponta que o retorno das aulas presenciais nas escolas da Seduc e da capital, no ano passado foi o elemento desencadeador da 2° onda da Covid19 em Manaus e que deu origem à variante P1 do vírus. “Ferrante não tem dúvida de que o retorno das aulas presenciais nas escolas públicas em Manaus neste mês de junho, se não for cancelado, vai ser também determinante para a 3° onda da doença”, diz a Asprom.