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Todos contra David Almeida?

Por: Carlos Santiago

Sociólogo, Analista Político, Advogado e Membro da Academia de Letras e Culturas da Amazônia – Alcama.

Podres poderes

Carlos Santiago

Por Carlos Santiago

            Os poderosos dos poderes da República Brasileira brigam por mais poder ou pela primazia de abusar dele, seja no exercício de autoridades, seja quando rasgam a Constituição Federal para receberem dinheiro acima do teto salarial do funcionalismo público. 

          Lutam para ganhar mais verbas indenizatórias, invertendo a lógica, na qual o salário virou um penduricalho na soma de ganhos e as verbas indenizatórias tornaram-se a principal fonte de renda, inclusive, algumas delas são recebidas até sem tributações, como sãos os casos dos auxílios alimentação, saúde, natalidade, ajuda de custo parlamentar, plano de saúde dos ex-senadores, além de férias e recessos em dobro devidamente remunerados.  

         Enquanto os poderosos dos três Poderes entram em luta fraticida, alheios aos princípios de um Estado republicano, com ultimatos, com pressões e chantagens em proveito próprio, a maioria do povo continua com um Poder Judiciário lento e caro, com um Congresso Nacional composto por maioria de malfeitores e negocistas, com um Poder Executivo incapaz de fiscalizar obras de barragens de mineração, de viadutos e de passarelas, além de promover o ódio, a exclusão, a censura e a queima de livros. Não escapa nem o Ministério Público, sedento por poder e benéficos salarias quase infinitos.   

            Eles, os poderosos da nossa cambaleante república, sempre esquecem de um princípio constitucional que deve mover as instituições de Estado: “o Poder Emana do Povo”. A missão pública é para o benefício do povo, porque é ele quem sempre paga as contas, com erros ou acertos, é o povo a razão da existência das instituições numa República Democrática, num Estado Democrático de Direito. 

               No entanto, nem a realidade de doze milhões de brasileiros desempregados, milhões também sem educação superior, milhões nas filas de hospitais sem perspectivas de atendimentos, milhões sem moradias e usando transportes coletivos péssimos, sensibilizam os poderosos.   

                 Na ausência de um Estado republicano, eficiente e com valorização do ser humano, as facções criminosas tomam conta dos bairros das cidades, dos presídios e da política, fato observável em casos como os de milicianos que estão em cargos de confiança, muitos deles próximos aos familiares do atual presidente do País.

                 Precisamos de novos e bons governos comprometidos com mudanças. Tornar o Brasil num Estado moderno onde o poder úblico exista tão somente para servir e não para ser servido. Isso pode acontecer, basta que o cidadão vote bem, com responsabilidade, pensando no bem-estar de todos, sabendo que ele é a fonte de poder, além de fiscalizar os atos e comportamentos dos poderosos, porque os governos e seus atos são frutos de nossas escolhas.

             Finalizo essa reflexão com uma frase da música de Caetano Veloso “Podres Poderes” em que retrata bem o Brasil de hoje: “Enquanto os homens exercem seus podres poderes, morrer e matar de fome, de raiva e de sede são tantas vezes gestos naturais”.

Sociólogo, Analista Político e Advogado


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