Operação mira tráfico de pessoas, contrabando, falsificação de cigarros e trabalho escravo
Organização criminosa operava em Minas Gerais, São Paulo, Bahia, Amazonas e Pará
A Polícia Federal está cumprindo 59 mandados em cinco estados brasileiros na manhã desta terça-feira (14), incluindo o Amazonas, onde um morador do condomínio de luxo Reserva Inglesa, em Manaus, localizado na Ponta Negra, está sendo investigado. A PF cumpre 11 mandados de prisão preventiva, 13 mandados de prisão temporária e 35 mandados de busca e apreensão na chamada Operação Illusio.
Os crimes investigados
Em conjunto com a Receita Federal e o Ministério do Trabalho, os agentes investigam organização criminosa que atua na falsificação e contrabando de cigarros de marcas paraguaias, descaminho de maquinário utilizado na fabricação de cigarros, tráfico de pessoas, trabalho escravo, falsificação e uso de documentos falsos, crime contra as relações de consumo, crime contra os registros de marcas e lavagem de dinheiro.
Como operava a quadrilha
Segundo informações da PF, a quadrilha era chefiada por um empresário de Barueri, no interior de São Paulo, e cooptava trabalhadores no Paraguai, para trabalhar em fábricas clandestinas de cigarros falsificados, na região de Divinópolis (MG). Os cidadãos paraguaios eram submetidos a condições de trabalho análogas à escravidão, com a liberdade tolhida, permanecendo reclusos, sob vigília, e incomunicáveis, por vários meses, no interior dos estabelecimentos. Tinham, ainda, seus telefones confiscados e eram impedidos de ter qualquer acesso ou contato com o mundo exterior. Eles sequer sabiam o local em que se encontravam, pois eram conduzidos até as fábricas com os olhos vendados.
Cigarros falsos
A distribuição dos cigarros falsos era feita em caminhões com a ocultação destes produtos, atrás de cargas de calçados produzidos na região de Nova Serrana (MG). Os consumidores compravam os cigarros como se fossem do contrabandeados (produzidos) no Paraguai, mas na verdade eram falsificados no interior de Minas Gerais.