Para curar um mundo fraturado

Tem um ditado chinês que diz o seguinte: “Que você viva em tempos interessantes”. Eu fiquei pensando muito nisso e é claro fui buscar o sentido desta frase dentro da cultura chinesa e veja só…

Diz a lenda que o uso desta frase está relacionado a ação de jogar praga contra alguém, profetizando coisas ruins para a pessoa.

Juro que achei de tremendo mal gosto e ao mesmo tempo interessante.

Estamos em 2022, um interessante tempo “quase” pós-pandemia e, acredito que alguém jogou uma praga coletiva para uma sociedade individualista, cujos problemas são amplos, interligados e globais.

As coisas vão mal. Você está disposto a ser uma das pessoas que irão conserta-las?

Tem uma história que começa assim: em um país distante e frio, um comerciante vendia madeiras para fazer lenha.

Vivia quase sempre endividado e, mesmo assim, dava a maior parte dos seus ganhos aos necessitados.

No inverno, ele deixava destrancada a porta de sua madeireira para que os pobres da cidade pudessem apanhar a lenha sem ter que passar a humilhação de pedi-la.

Quando outros comerciantes de madeira daquela cidade se queixavam do prejuízo financeiro que isso causava, o bom homem respondia que fazendo desta forma estava economizando dinheiro para a saúde pública.

Era a sua contribuição para que as pessoas sobrevivessem a esses tempos interessantes. Isso porque, de outra maneira, os pobres passariam frio e fatalmente apanhariam uma doença pulmonar por não conseguir acender o fogo em sua própria casa e eles não tinham como se manter aquecidos.

Os tempos interessantes servem para isso. Para que possamos exercitar mais a nossa humanidade independente do grau de parentesco, religião, politico ou qualquer classe social.

Espero, que esses tempos interessantes eu e você possamos fazer a diferença na vida de alguém, pois nós estamos aqui para fazer a diferença, para tentar curar as fraturas do mundo.

Um dia de cada vez, um ato de cada vez, pelo tempo que for preciso para fazer do mundo um lugar de justiça e compaixão onde os vulneráveis sejam acolhidos e os excluídos sejam integrados.

Termino este texto recomendando aos amigos, a leitura do livro do rabino Jonathan Sarcks, da editora Sêfer, “Para Curar um Mundo Fraturado”. Tive o prazer de conhecer o autor através do amigo odontólogo, doutor Paulo Arruda, um dos corredores da madrugada.

Precisamos entender a ética da responsabilidade, porque recebemos a dadiva da liberdade e é nosso dever honrar e engrandecer a liberdade dos outros.

O conteúdo deste artigo é de inteira responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do ÚNICO


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