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Coluna:

Por: Ademir Ramos

É professor, antropólogo, coordenador do projeto jaraqui, do NCPAM/UFAM vinculado ao Dpto. de Ciências Sociais.

Para Amazonino a cultura era a matriz de sua política de governo

Amazonino

Diferente de outros governantes local e nacional, Amazonino Mendes fincou na cultura os fundamentos de sua política de governo investindo nos projetos, programas e ações em atenção a cultura como processo identitário de um povo como instrumento afirmativo de sua forma de ser, pensar, agir e fazer no curso da história do nosso Amazonas.

O Caboco, como gostava de ser chamado, era sem dúvida “a encarnação do seu povo”. E em nome dele buscava por meio da política representa-lo da melhor maneira possível às vezes até mesmo contrariando às formalidades impostas que obliteravam suas decisões.

Fez do Teatro Amazonas realmente uma Casa de Ópera, concentrando grandes festivais com ressonância internacional deixando de ser um Salão Paroquial das elites provincianas.

Com o fim da guerra fria, com a derrubado do Muro de Berlim, Amazonino Mendes com ajuda do Secretaria de Cultura do Estado, Robério Braga, contratou músicos do Leste Europeu para compor a Orquesta Sinfônico do nosso Amazonas e de forma articulada criou o maior instrumento de formação musical do norte-nordeste do Brasil, que foi e continua sendo o Conservatório Cláudio Santoro, homenagem que prestou ao seu amigo e companheiro de sonhos e lutas.

Indignado e iracundo, como um jovem na política, o Caboco chamava seus pares para formular projeto e programas que contemplassem a participação popular na realização das festas, eventos e cortejos que representassem a grandeza da economia da cultura seja étnica, quilombola e ou comunitária.

Nessa perspectiva temos vários exemplos que perpassam pela gestão de seus quatro anos de governo e mais três anos a frente da Prefeitura de Manaus.
Mas, o Carnaval é sem dúvida um dos maiores eventos populares que mereceu a devida atenção do eterno governador Amazonino Mendes, com incentivos as Escolas, Blocos e até mesmo a construção de quadras permitindo que os devotos do carnaval e seus carnavalescos pudessem conceber e produzir os cortejos de rua e de quadra como uma economia circulante da alegria, fortalecendo, dessa feita, os vínculos comunitários enquanto unidade de representação popular.
Com esta determinação investiu na formação de talentos desenvolvendo competências e habilidades focado na economia criativa geradora de trabalho, emprego e renda.

Entre outros, um dos mais relevantes projetos foi a criação do Bumbódromo-Escola de Parintins empoderando os atores da cultura local aqui representado pelo Boi Garantido e Caprichoso. Este investimento, assim como a criação da Universidade Estadual do Amazonas, o Conservatório Cláudio Santoro e os segmentos da economia da cultura e toda sua capilaridade que se estendeu por todos os municípios do Estado fez do Caboco Amazonino Mendes, o maior governador da nossa história contemporânea.

Da nossa parte e tenho certeza da maioria de nossa gente terá sempre o respeito, admiração e o carinho que poucos homens públicos conquistaram na trajetória de seus mandatos porque para Amazonino Mendes o poder tinha como natureza a distribuição e com isso a promoção da felicidade pública, bem diferente daqueles que concentravam para si e seus apaniguados como verdadeiros patrimonialistas.

Tudo tem seu tempo. Nesse momento, descanse em paz governador Amazonino Mendes, guerreiro do povo do nosso Amazonas.

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