Ei, vou te contar…
Por mais que eu me esforce, a minha contabilidade financeira mental x emocional não bate muito certo na atual situação econômica. Há falhas e um vácuo quântico que se expande num grande mistério cósmico: o que eu fiz do meu dinheiro?
Estou exagerando?
Olha, esta foi a conclusão a que cheguei depois de traçar uma planilha de ganhos e gastos. Vou confessar para vocês, eu penso em dinheiro o tempo todo. O quanto eu tenho, de quanto preciso, como conseguir mais, como manter o que tenho…extravagâncias, boletos, oportunidades, liberdade, estresse.
Eu sei que neste balaio de gato, eu não estou sozinha.
O dinheiro afeta todos os aspectos da vida moderna, do orçamento familiar à politica nacional. Porém, sei que pensar muito no dinheiro seria ótimo se isso me ajudasse a tomar decisões melhores. Só que não!
Ah!!! Este não é um texto sobre economia e muito menos ativista de questão raciais. Não é não.
Só estou usando esta escrita para desabafar mesmo e fazer esta ligação em relação ao racismo. Nos tempos da escravidão, você encontrava placas que sinalizavam que “pessoas de cor” não podiam entrar em restaurantes, lojas ou participar de eventos sociais e esportivos.
Hoje, as placas que sinalizam esta segregação social são os PREÇOS. Isso mesmo! Preços meus queridos. O preço da carne, do ovo, do pão, do livro, da bike, tênis, diversão e etc. Os preços são as novas placas que discriminam as pessoas. Talvez, você que tem dinheiro bastante para gastar, pode estar pensando: “quem manda ser pobre”, mas reflete comigo.
Eu costumava dizer que o esporte de corrida de rua era o mais DEMOCRÁTICO de todos os esportes. Não tinha distinção de raça, condição social e todos: gordo, magro, baixo, alto… Todos podiam participar.
Na década de 80, você não precisava de tênis especiais para correr, existia o CONGA. Inclusive, quando fiz o colegial, era o meu tênis de prática esportiva. Eu só usava um novo, quando o velho rasgava a sola. Quem nunca? (risos mil da década de 90 hahaha).
Pois bem, hoje você pensa em comprar um tênis de corrida e, já sabe que, metade da sua renda vai ficar ali, logada a seus pés (rs*)
Nas décadas de 90, se fazia corrida de rua em Manaus e, praticamente os organizadores imploravam para você participar. Não importava se era pobre, rico, ou o que for. Todos eram convidados. A maioria das inscrições era valor simbólico, tinha no final medalha para todo mundo. Troféu e dinheiro para os vencedores. Era uma festa esportiva democrática.
E hoje? Sobre valores de tênis e outras coisas mais, nem vou comentar. Quem gosta de correr sabe.
Agora, a novidade é que hoje os organizadores estão colocando preços e excluindo pessoas que amam correr do esporte. Inventaram categorias de classes para você correr nas ruas, em vias públicas.
Por isso que digo que o preço é o novo racismo.
Hoje se paga muito caro para correr e, ainda separa você por classe social. Tem o valor diferenciado para correr como quem pode pagar o básico, o que pode pagar mais por isso tradicionalmente e o que pode pagar muito para ter acesso VIP… largada exclusiva, e na frente de todos e etc.
Olha, nada contra e quem pode – pode, mas precisamos falar de pessoas/valor/preços pois questões sociais importam também no esporte.
Talvez eu tenha exagerado na escrita, no entanto precisamos falar de inclusão social, principalmente depois de um período tão grave como foi e está sendo o pós-pandemia. Os empresários também devem ter consciência de que o esporte de rua, é do povo e para o povo. Não pode ser segregado.
Dada a importância do dinheiro para nossa vida, economia e para todas as classes sociais, como tudo isso pode melhorar?
Fica na pergunta.
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