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Relatório Mundial da Felicidade

Por: Michele Lins Aracaty e Silva

Economista, Doutora em Desenvolvimento Regional, Docente do Departamento de Economia da UFAM, ex-vice-presidente do CORECON-AM.

O hidrogênio verde é o combustível do futuro?

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Tanto as mudanças climáticas, como a emergência sanitária bem como o conflito entre Rússia e Ucrânia embasam a discussão acerca da identificação de novas matrizes energéticas livres de carbono e que provoquem zero emissões de gases de efeito estufa.

Uma das propostas com maior potencialidade de energia limpa é o hidrogênio verde que deriva de fontes renováveis como a água e que pode ser amplamente utilizado como fonte de energia para a indústria pesada, para o abastecimento de veículos de grande porte, aviões e em navios.

Segundo estimativas do Goldman Sachs, o rentável mercado de hidrogênio verde tem o potencial de gerar uma riqueza equivalente a 11 trilhões de dólares até 2050 e já despertou o interesse de países como: Estados Unidos, China, Australia, Chile, África do Sul e ainda em 2023 teremos a primeira empresa instalada no território brasileiro.

O hidrogênio verde tem potencial para reduzir o impacto ambiental de setores que fazem uso intensivo de carbono e que buscam a transição energética, com o uso de uma energia limpa e competitiva. Por esse motivo, o hidrogênio verde é considerado o combustível do futuro.

O Estado da Bahia entrará para a história como o primeiro estado do país a abrigar uma empresa que ofertará ao mercado o equivalente a 10 mil toneladas do produto/ ano sendo que uma parte será convertida em 60 mil toneladas de amônia verde/ ano. Além disso, a empresa prevê a quadruplicação da produção até 2050.

Por que o Brasil tem potencial para se tornar uma potência global na geração de hidrogênio verde? A potencialidade está pautada nas condições climáticas favoráveis no que tange à geração de energia solar e eólica. Para se ter uma ideia, atualmente o Brasil ocupa a terceira posição internacional na produção de energia renovável, ficando atrás somente de EUA e China.

Um estudo apresentado pela BloombergNEF apontou o Brasil como um dos únicos países capazes de ofertar hidrogênio verde a um custo inferior a US$ 1 por quilo até 2030 e a notícia animou os investidores estrangeiros.

Se as estimativas internacionais se concretizarem o movimento de atracão de investimento e oferta do produto a um valor competitivo provocará um movimento energético que colocará o Brasil na liderança do processo de descarbonização à nível internacional.

O que se sabe até agora é que: caso o hidrogênio verde seja gerado a partir da água através do processo de eletrólise, com o objetivo de extração de molécula de hidrogênio e seja alimentado por fontes renováveis como as energias solar e eólica se tornará uma opção emissão zero: “emissões zero é o novo petróleo”.

Por fim, o hidrogênio verde tem potencial para reduzir a pegada ambiental de setores intensivos de carbono, alavancar o processo de transição energética e colocar o Brasil na liderança mundial do processo de descarbonização.

O conteúdo deste artigo é de inteira responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do ÚNICO


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