Empresa tem mais de 5 mil produtos, a maioria da Zona Franca
Executivo fala sobre risco desabastecimento de semicondutores
Por Solange Elias
Para o Portal ÚNICO
O presidente da Multilaser, Alexandre Ostrowiecki, declarou que os planos de quintuplicar o tamanho das fábricas instaladas na Zona Franca de Manaus (ZFM) “mantêm-se em curso”, ou seja, a ampliação dos galpões de seis mil metros quadrados para 30 mil m² vão continuar, apesar da confusão tributária e jurídica instalada no país, por conta dos decretos de redução do IPI, baixados por Bolsonaro desde fevereiro passado e temporariamente suspensos pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A previsão do término das obras de ampliação das fábricas em Manaus é o final de 2023.
A afirmação de Alexandre Ostrowiecki – dada ao jornal Valor Econômico – tem especial significado para a Zona Franca de Manaus porque reflete o grau de confiança ainda existente no modelo. Afinal, a Multilaser é uma gigante brasileira com um portfólio de mais de 5 mil produtos (parte deles fabricados em Extrema – MG) e é uma das milhares pegas no meio do fogo cruzado entre o Governo Federal e a bancada amazonense no Congresso Nacional.
Ostrowiecki comanda um império cujo valor de mercado é de R$ 9 bilhões e nesse fogo cruzado ele se posicionou a favor da redução de impostos, mas contra o açodamento com que o governo Bolsonaro está tentando fazer. “Quando houver alguma distorção setorial, como por exemplo a Zona Franca de Manaus, é preciso ter prazos razoáveis para que a indústria se adapte às novas regras”, disse ele em entrevista recente.
Semicondutores
Já não bastassem os decretos e seus efeitos – para o mal da ZFM – o executivo da Multilaser aponta preocupação também com o abastecimento dos semicondutores, os chips para fabricação de eletroeletrônicos. Ostrowiecki disse que o fechamento de cidades na China, por conta das novas ondas de Covid-19, vai estrangular o abastecimento desse segmento, a partir do segundo semestre. “Tem fábrica que já não aceita mais pedidos para esse ano”, disse. “Isso deve atrapalhar bastante a cadeia de abastecimento, especialmente para computadores e smartphones”, prevê.
Na Zona Franca, a Multilaser produz eletroeletrônicos de alta tecnologia a preços mais populares como tablets, celulares, roteadores e PCs. “Esses são os mais buscados e consumidos pelo nosso público”, confirma o presidente.

Motos elétricas
Além dos eletroeletrônicos e eletroportáteis, a Multilaser aposta também na produção de motos elétricas em Manaus. No início do ano ela comprou a Watts, pela qual pretende fabricar motos elétricas no Polo Industrial de Manaus, na faixa das 150cc.
Fora isso, a empresa, que começou como uma importadora de copiadoras Xerox e cartuchos para impressora em 1987, hoje é um colosso que possui um portfólio de cinco mil itens, divididos em 21 marcas próprias, nove marcas de terceiros (como Nokia, Toshiba e Sony) e presente em quase todas as categorias de eletroeletrônicos presentes nas prateleiras de venda.