A procura é tanta que já existe fila de espera de 30 dias para compra de uma motocicleta
Os veículos, menores e mais baratos, são chamados de “motos de delivery”
Solange Elias
Para o Portal ÚNICO
A Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), entidade que representa as fabricantes de veículos de duas rodas da Zona Franca de Manaus (ZFM) divulgou ontem que os brasileiros estão consumindo cada vez mais motocicletas de baixa cilindrada (até 160cc e scooters) e essa procura já está gerando fila de 30 dias de espera pela mercadoria.
Segundo Marcos Fermanian, presidente da Abraciclo, foi a pandemia de Covid-19 que mudou esse cenário – escanteando as motos premium e de grandes cilindradas. “Muitas pessoas optaram pela motocicleta para fugir da aglomeração do transporte público e para utilizá-la como instrumento de trabalho, atuando nos serviços de entrega”, disse ele. Agora, com a alta dos combustíveis, o modal foi escolhido por ser mais econômico.
Vendas em alta
Segundo a Abraciclo, as motos mais baratas e muito utilizadas na entrega de mercadorias e deslocamentos de curta e média distância nas cidades, estão puxando a produção e as vendas do setor para cima. Em abril, de cada dez motos produzidas no Polo Industrial de Manaus (PIM) e licenciadas no país, oito foram nessa categoria de baixas cilindradas e menores preços.
Os fabricantes montaram 112.678 unidades e licenciaram 107.707 motos no mês passado. Do total, 89.715 foram modelos de até 160 cc, ou seja, pouco mais de 83% de tudo que foi produzido.
Fila de espera
A consequência da procura pelas motos menores é uma fila de espera nas concessionárias. Alguns modelos demoram até 30 dias para serem entregues ao cliente. Fermanian diz que a expectativa é normalizar o fornecimento nos próximos meses. Segundo o dirigente, por conta dos protocolos sanitários adotados desde o início da pandemia, as linhas de produção têm limites para aumentar a velocidade da montagem das motos e não podem acelerar mais do que já estão fazendo.
Com informações do Valor Econômico