Ministra Sônia Guajajara anuncia comitê para proteção do Vale do Javari

Nove instituições vão compor a nova estrutura de proteção dos indígenas do Amazonas

Foco será na proteção ambiental, territorial e pessoal dos habitantes do Vale

Valéria Costa
Correspondente

Brasília (ÚNICO) – Líderes da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), no Amazonas estão otimistas com o resultado da reunião com ministros do governo Lula em Atalaia do Norte (a 1.136 quilômetros de Manaus), na segunda-feira (28).
Um dos representantes da entidade, Beto Marubo, ressaltou a presença do Estado brasileiro na região, que é continuamente ameaçada pelo crime organizado e pelos ataques aos povos indígenas que habitam aquela terra.
“Ficou acertado pelo governo federal fazer um trabalho contundente aqui. Criaram uma comissão, que será acompanhada pela Univaja, para que o compromisso firmado seja cumprido”, disse Beto por telefone ao ÚNICO. O líder indígena estava de saída para acompanhar ações na base Ituí, que monitora os povos isolados da região.

Termo de cooperação

No encontro inédito da segunda-feira, foi firmado um termo de cooperação entre Funai e Univaja para a proteção do território indígena no Vale do Javari. Também será criado, em breve, o Comitê Permanente de Proteção Territorial do Vale do Javari (CPPT), por meio de decreto do Ministério dos Povos Indígenas. O anúncio foi feito pela ministra Sônia Guajajara, que estava na comitiva.
Esse comitê será composto pelo Ministério dos Povos Indígenas; Funai; Ministério do Meio Ambiente, por meio do Ibama e ICMBio; Força Nacional, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e a Univaja.
Além de Guajajara, a reunião contou com as presenças do presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho; com a presidente da Funai, Joenia Wapichana; Sesai, com o secretário de saúde Weibe Tapeba; além de representantes do Ministérios de Direitos Humanos e Cidadania, Defesa e Segurança Nacional, PF, PRF, Força Nacional, Secretaria de Segurança do Estado do Amazonas e da Embaixada Britânica.

Ciclo de violência

“Esse momento marca a proteção dos povos indígenas do Vale e dos indigenistas e ambientalistas daqui, temos que colocar um fim nesse ciclo de violência em todos os territórios indígenas e hoje, em especial, aqui no Vale do Javari. A biodiversidade, assim como toda variedade de povos indígenas daqui, precisa ser protegida e ter sua segurança garantida”, declarou a ministra Sonia Guajajara.
Também por ocasião do encontro, a ministra afirmou que foi arquivado o processo administrativo aberto em 2022 contra Bruno Pereira, indigenista assassinado na região em 2022, juntamente com o jornalista inglês Dom Philips. A Funai também fez uma retratação pública, se desculpando pela perseguição que Bruno sofreu.


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