Estudo mostra que esses agrupamentos não são homogêneos
Racismo e segregação econômica também estão presentes nas comunidades
Brasília (ÚNICO) – Manaus foi uma das nove capitais brasileiras incluídas em estudo da Universidade Federal Fluminense (UFF) que revelou que, dentro de seus próprios territórios, essas aglomerações urbanas não são homogêneas, ou seja, apresentam segregação econômica entre seus membros. Além disso há também disparidades racial, de renda e de acesso a serviço nessas áreas.
Resultados
Com base nos dados do Censo de 2010, o estudo verificou, nas 16 favelas, a existência de setores que concentram famílias com renda mais alta em determinadas áreas dessas comunidades, ao mesmo tempo em que há setores que reúnem pessoas com renda mais baixa (ou seja, com renda per capita em média 60% mais baixa).
Por exemplo, em áreas com ruas mais largas, casas melhores, mais iluminação pública e oferta de saneamento básico, os imóveis custam mais caro (tanto em termos de compra quanto de aluguel), atraindo pessoas com renda relativamente mais alta.
Há ainda áreas menos favorecidas dentro da própria comunidade. Nos casos dos morros, as áreas mais elevadas e com maior dificuldade de acesso, por exemplo, os imóveis costumam ser mais desvalorizados.
Capitais
Além de Manaus, pesquisadores do Departamento de Urbanismo da UFF analisaram outros 15 assentamentos informais em todas as regiões do país nas cidades do Rio de Janeiro, Campinas (SP), Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza, São Luís, Porto Alegre e Belém.
A pesquisa foi publicada na revista Cities e revela, ainda, disparidade racial, de renda e de acesso a serviço nessas áreas.