Contas emitidas com o novo sistema também estão suspensas
Novos protestos na Zona Norte da manhã desta sexta-feira
Solange Elias
Para o Portal ÚNICO
O juiz da 3ª Vara Cível, Manoel Amaro de Lima determinou, nesta sexta-feira (21), a suspensão dos serviços de instalação do Sistema de Medição Centralizada (SMC) que está sendo implantado em Manaus pela Amazonas Energia, e que deveria substitui a leitura e medição manual do consumo de energia elétrica. A medida atende a ação popular ingressada pelo senador Eduardo Braga (MDB/AM) contra a companhia.
Na decisão, o magistrado determinou também a suspensão da cobrança das medições feitas pelo SMC e já enviadas nas contas dos consumidores dos bairros da Cidade Nova, Colônia Santo Antônio, Nova Cidade, Parque Dez, Riacho Doce e da União. O juiz estabeleceu multa de R$ 300 mil caso a companhia não cumpra as medidas.
População reage nas ruas
Na manhã desta sexta-feira, os moradores da rua Camapuã, na Cidade Nova e do bairro São Pedro, ambos na Zona Norte, organizaram protestos contra as equipes de trabalhadores que foram instalar os novos equipamentos nos postes. Na Cidade Nova, o grupo era composto majoritariamente por homens que, segundo imagens dos vídeos que circularam nas redes sociais, intimidaram os trabalhadores e os obrigaram a recolher o equipamento e retirar os caminhões da rua.
No bairro São Pedro, os moradores fecharam uma rua com seu protesto e impediram a passagem do caminhão da Amazonas Energia, que também estava carregado de equipamentos.

No Parque São Pedro, moradores fecham a rua e não deixam o caminhão passar
MPAM investiga invasão nas linhas
Na semana em que a empresa Amazonas Energia começa a enfrentar a revolta da população de Manaus em relação à sua prestação de serviços e valores das contas acima do normal, o Ministério Público do Amazonas (MPAM) divulgou que vai investigar, a pedido da concessionária, a “invasão” de imóveis em áreas em torno das chamadas “linhas de servidão” de transmissão de energia elétrica.
É um problema que se arrasta há décadas em Manaus. Nas áreas no entorno das torres de transmissão – como nos canteiros centrais das Avenida das Torres – é proibido construir qualquer imóvel, em função do risco para os moradores. Ignorada por anos seguidos, essa norma não impediu que o avanço urbano “fechasse” os espaços que acabaram confirnados no meio de conjuntos habitacionais.
Segundo a reclamação feita pela Amazonas Energia ao Ministério Público “as residências, construídas ao longo de vários anos nas linhas de servidão de transmissão da empresa, impossibilitam a manutenção da rede elétrica e podem ocasionar danos a todo o sistema de fornecimento de energia e, consequentemente, possíveis acidentes, até com vítimas fatais, em caso de um rompimento das linha”.
O MP disse que vai fazer um levantamento das áreas onde as invasões aconteceram e, depois disso, levar o problema para ser discutido com a Secretaria de Administração e Gestão (SEAD), Instituto Municipal de Planejamento Urbano (IMPLURB) e Amazonas Energia, “para buscar uma melhor solução para o problema”.
Com assessoria do MPAM e TJAM