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Medicina na belle époque

Por: Robério Braga

O autor é membro da Academia Amazonense de Letras (AAL), advogado e ex-secretário de Cultura do Amazonas

Jubileu de Prata III

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O ano de 2002 foi marcante para ampliar a política pública de cultura implementada desde 1997, seja pela audácia da programação do VI Festival Amazonas de Ópera que incluiu “Valquírias”, de Richard Wagner, pela primeira vez, mas porque experimentamos campanha para a sucessão do governador Amazonino Mendes que compreendera o Plano de Cultura e Artes, o incentivara, dera dimensão político-orçamentária, e discutia as linhas de sua ampliação, prestigiava os eventos e proclamava os resultados.

Cresciam ações de reabilitação do Patrimônio Histórico, edições Governo do Estado, projeto Busca da Identidade, criação de museus e centros culturais, Liceu Claudio Santoro e, sobretudo, de contribuição da equipe da Secretaria de Cultura na criação da UEA especialmente na escola de Turismo e Artes, indispensável para a formação profissional que precisávamos.

Na “vanguarda da retaguarda” como diria Álvaro Maia, estava um batalhão de profissionais de alta estirpe: Edson Arruda, Lindalva Galdez, Vânia Cirino, Beth Cantanhede, Karla Colares, Antônio Auzier, Francisco Júnior, Delzinda Barcelos, Cristiana Brandão, Max Carphentier, Jair Jacqmont, Inês Daou, Kátia Carvalho, Mimosa Paiva, Saul Benchimol, Antônio Areosa, Ieda Neves, Luiz Tinoco, Ana Célia Ossame, Carlos Adart, Moisés Israel, José Nasser, Mário Sussman, Graça Gorayeb, Suzy Osaqui, Orione Véras, Marlene Oliva, Regina Lobato, Sheila Campos, Vera Ferreira, Lauriene Faraco, Sergio Cardoso, Cristina Estevam, Lúcia Paes Barreto, Telma Nascimento, Jessilda Furtado… e muitos outros dedicados ao sucesso do Festival, engradecidos com o Prêmio Amazonas de Jornalismo Cultural e a inauguração do Teatro da Instalação, especialmente para ópera.

Seguia-se o “compromisso com o Amazonas que deve ser estendido por gerações e futuras administrações”, como dizia Amazonino; valorizava-se os corpos estáveis do Teatro e os corais infantil, juvenil e jovem do Claudio Santoro, além de técnicos, diretores e solistas de grande expressão local, nacional e internacional. O Festival quebrava tabus, ampliava espaços para artistas brasileiros, dava liberdade ao processo criativo e caminhava para a “alucinação” de fazer o Anel de Nibelungo, de Wagner, anos depois.

Era necessário, entretanto, manter as linhas definidas no Plano original: óperas populares, récita em via pública, preços acessíveis, inclusão de técnicos e artistas locais, corpos estáveis amazonenses, formação de acervo próprio para tornar o Festival sustentável economicamente, constante formação de plateia e correção de rumos sempre que necessário. Firmes nesses propósitos enfrentamos a primeira transição de governo. O vencedor do pleito demonstrou interesse pelas ações de cultura e arte. Jovem com experiência e visão de Estado, durante a campanha política indagara sobre o trabalho da SEC, ouvira pedidos pela manutenção do Claudio Santoro e após a transmissão do Concerto de Natal, em 2002, falou-nos ao telefone para parabenizar e indagar sobre a operação do evento. Eduardo Braga viria não só para manter a política de cultura em execução, mas para ampliá-la, introduzir o Amazonas Film Festival, o Festival Amazonas de Jazz, o Projeto Jovem Cidadão (de excelentes resultados), ampliar a defesa do Patrimônio Histórico e ampliar a participação da empresa privada no financiamento à cultura.

A ópera seguiu para a consolidação. Eduardo considerava que isso era “melhoria de vida do cidadão, elevação da autoestima de nosso povo, esperança de construirmos um futuro melhor” (2003). As récitas foram para o interior – Itacoatiara com “Pagliacci” -; em Magdalena, ouviu-se David Assayag com outros grandes intérpretes; eu mesmo realçava que o Amazonas estava “no centro dos grandes projetos culturais do país”, inclusive, com o concurso de composição de ópera com libreto e música sobre o Amazonas, e nossa ópera conquistou páginas do New York Times.

Mais do que antes e daí em diante, restou demonstrada a relevância de manter-se uma gestão político-administrativa-institucional de cunho profissional e ampla visão na Secretaria de Cultura, realizada com entusiasmo, idealismo e competência por equipe sintonizada, unida e sem estrelismos individuais. Era preciso seguir a trilha traçada para enfrentar desafios e multiplicar atividades criando raízes indispensáveis à continuidade – sem continuísmo – do Plano de Cultura que respondia aos superiores interesses da população e à visão de governo, mas, sobretudo, fora estabelecida como política de Estado, pontos fundamentais para a conquista dos 25 anos.

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