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Janeiro Roxo: Amazonas tem alta de 47% nos casos de hanseníase

Em 2020 foram 240 casos no Estado e, em 2021, pulou para 353

A doença tem tratamento e cura

O Estado do Amazonas teve um crescimento de 47% no número de casos de hanseníase (lepra), comparados os números dos anos 2020 e 2021. Os dados de 2022 ainda não estão disponíveis. Segundo a plataforma de Indicadores e Dados Básicos de Hanseníase, do Ministério da Saúde, o Brasil registrou 18.318 casos da doença em 2021. O dado representa um crescimento discreto de 1,8% em comparação a 2020, 17.979. Já no Amazonas, foram registrados 353 casos, uma alta de 47% em relação aos registros de 2020, quando o estado havia somado 240 casos.

Doença antiga

Uma das doenças mais antigas do mundo (os primeiros registros datam de 600 A.C.), a hanseníase ainda não é conhecida por toda a população, mas acomete pessoas no Brasil e em toda a Terra. No entanto, tem cura e exames laboratoriais auxiliam no diagnóstico preciso e no acompanhamento dos pacientes. Causada pela bactéria Mycobacterium Leprae, conhecida como bacilo de Hansen, a hanseníase é uma doença crônica e infectocontagiosa, que afeta a pele e os nervos periféricos.

Exames

Considerada silenciosa na fase inicial, pode ser diagnosticada por meio de testes clínicos, como a avaliação da capacidade do paciente de reagir ao calor ou ao frio em determinada área da pele, onde se suspeita que a enfermidade esteja se manifestando. Após análise clínica, porém, são necessários exames laboratoriais que possam confirmar a doença. Entre eles, o PCR para hanseníase e a baciloscopia do raspado intradérmico, que identificam a presença de bacilos.
“O exame PCR, sigla em inglês para ‘reação em cadeia da polimerase’, detecta o DNA da bactéria que causa a doença. Já a baciloscopia é uma avaliação microscópica para observar a presença da Mycobacterium Leprae diretamente nos esfregaços de raspados intradérmicos [no interior da pele] das lesões ou de outros locais selecionados, como lóbulos auriculares e cotovelos”, explica a bioquímica e coordenadora técnica do Grupo Sabin, Luciana Figueira.
Ela lembra ainda que, antes de qualquer exame, é imprescindível procurar atendimento médico para investigação do quadro. “O acompanhamento profissional é essencial, porque existem diferenças de sensibilidade analítica [metodologias de cada teste] entre os exames disponíveis para diagnóstico de hanseníase, o que exige experiência para uma correta leitura dos resultados”.

Tratamento

Atualmente, a hanseníase tem cura e o tratamento é realizado por um processo que associa o uso de três medicamentos antimicrobianos, chamado ‘Poliquimioterapia Única’ (PQT-U). Segundo o MS, para os pacientes com pouca concentração de bacilos (paucibacilar), a duração do tratamento é de seis meses. Já para os pacientes multibacilares (MB), o uso dos remédios dura um ano.
A boa notícia é que os medicamentos fazem com que a doença deixe de ser transmitida ainda no início do tratamento, o que possibilita o contato do paciente com amigos e familiares. Além disso, todo o processo de evolução da cura pode ser acompanhado pelos mesmos exames que fazem o diagnóstico da doença. “Com a solicitação do médico que acompanha o paciente, todos esses testes podem ser feitos para avaliar a resposta ao tratamento”, afirma Luciana Figueira.

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