Cientistas querem atualizar os padrões de referência
Os índices atuais são baseados em populações europeias e de década atrás
A importância da atualização dos intervalos de referência do hemograma é o foco da pesquisa ‘Estimação Indireta dos Intervalos de Referência do Plaquetograma pelo Algoritmo LabRI: utilização da técnica não supervisionada de machine learning baseada na deconvolução de misturas gaussiana’.
Apesar do nome complicado, o estudo é claro e mostra como a atualização dos padrões de um dos exames complementares mais solicitados na prática médica, o hemograma, vai surtir efeito na avaliação do estado fisiológico ou patológico dos pacientes.
Padrões brasileiros
O autor, Alan Carvalho Dias, relatou a contribuição do documento para a comunidade científica e trouxe à tona um debate sobre os intervalos de referência nas análises clínicas. O pesquisador observou a necessidade de os intervalos de referência atuais – que são baseados em populações norte-americanas e europeias e estabelecidos há décadas atrás – passarem por uma atualização dos intervalos de referência e propõe uma nova forma de análise feita, com base nos fatores específicos.
“Nos dedicamos durante um ano a esta pesquisa e chegamos a um resultado amplo que apresentamos à comunidade médica”, disse ele. “Esse cuidado traz mais legitimidade ao exame. Essa evolução da medicina diagnóstica é sem dúvida mais um passo rumo a tratamentos mais assertivos e jornadas mais positivas dos nossos pacientes”, explicou.
O estudo
O estudo avaliou a adequação dos intervalos de referência estabelecidos na literatura científica ao contexto social das pessoas que realizaram exames na empresa, o que considera fatores como dieta, estilo de vida, etnia, sexo, idade, variações diárias, sazonais e entre equipamentos.
O estudo é assinado pelos pesquisadores Alan Carvalho Dias, Kamila Fernanda Vieira Carrero, Luciene Tomiyama, Luciana Almeida Silva, Alessandra Lopes Barbosa e Graciella Ribeiro Martins.
