Governo de Lula vai mirar no “combo” de crimes na Amazônia, diz Flávio Dino

O pacote de crimes ambientais inclui garimpo ilegal, tráfico, lavagem de dinheiro e desmatamento

A ideia é criar uma diretoria específica para a Amazônia, dentro da Polícia Federal

O futuro governo Lula deve criar uma área específica dentro da Polícia Federal para investigar crimes ambientais que possa atuar no que é visto como um “combo” de ações ilegais na Amazônia, que ultrapassam o desmatamento e o garimpo ilegal e chegam ao tráfico de drogas e armas e à lavagem de dinheiro.
Em entrevista à Reuters, o coordenador do grupo técnico de Justiça e Segurança Pública do gabinete de transição, Flávio Dino (PSB-MA), explicou que a proposta é ter uma diretoria específica, em uma resposta às necessidades da região e à demanda nacional e internacional em relação ao meio ambiente.
“Há uma espécie de combo de crimes hoje na Amazônia. Você tem narcotraficantes fazendo tráfico de drogas e, ao mesmo tempo, fazendo garimpo ilegal. Você tem exploração ilegal de madeira ou comercialização ilegal de madeira, feita também por quem opera lavagem de dinheiro, de garimpo ilegal”, defendeu o senador eleito, cotado como possível ministro da Justiça no terceiro governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.

Proposta prática

Flávio Dino defende que a mudança dentro da PF – hoje os crimes ambientais estão dentro da Diretoria de Combate ao Crime Organizado — é uma “proposta prática, que mostra um senso de prioridade para essa questão ambiental” e que facilita a articulação não apenas com outros países de fronteira, mas com forças estaduais e municipais.
A ideia surge no momento em que os EUA planejam usar as duras sanções previstas na chamada Lei Magnitsky, que pune os acusados de violações de direitos humanos pelo mundo, para reprimir os responsáveis pelo aumento do desmatamento na Amazônia, conforme revelou a Reuters.

O revogaço

O meio ambiente é parte estratégica do chamado “revogaço” que o gabinete de transição está planejando em várias áreas, com o objetivo de deixar sem efeito normas e decretos da atual gestão Jair Bolsonaro. De acordo com o senador eleito, um conjunto de portarias, resoluções e decretos que foram editados durante o atual governo vem dificultando a fiscalização e o combate a crimes ambientais, ou mesmo estimulando as ilegalidades. Por isso, o relatório do grupo que coordena vai propor que sejam revogados.


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