Governador do Pará se adianta e cria Secretaria dos Povos Originários

Helder Barbalho disse que vai nomear um indígena para conduzir a pasta

Anúncio acontece após vir à tona a crise humanitária dos Yanomami, em Roraima

Valéria Costa
Correspondente

Brasília (ÚNICO) – Após vir à tona a crise humanitária do povo indígena Yanomami, em Roraima, o governador do Estado do Pará, Helder Barbalho (MDB), se adiantou e anunciou a criação da Secretaria de Povos Originários do Estado. A pasta será inédita no país, no que diz respeito a secretarias estaduais, e acontece no bojo do ineditismo federal, com a criação do Ministério dos Povos Indígenas.
Assim como o presidente Lula nomeou uma indígena para conduzir a pasta ministerial, Helder também afirmou que um indígena da região paraense é quem vai assumir a nova secretaria.
De acordo com a Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufop), o Estado possui cerca de 55 etnias com aproximadamente 60 mil indígenas espalhados em 77 terras indígenas em 55 municípios paraenses. Eles representam 25% do território do Pará.
Em post em suas redes sociais, o governador lamentou a situação de penúria dos Yanomami e anunciou a nova pasta em seu governo.
Dia do Garimpeiro
A proposta teve boa repercussão, mas uma internauta, que é de origem indígena, sugeriu que o governador extinguisse o Dia do Garimpeiro, criado justamente em sua gestão em outubro de 2021, por meio da lei estadual 9.334/21, em que fixa o 11 de dezembro para comemorar a data.
A lei surge no meio de várias polêmicas envolvendo o garimpo ilegal e a devastação de terras indígenas no Pará e, em outras áreas como as do Yanomami.
“O maior problema deste genocídio é o garimpo, que causa contaminação ambiental e trazendo doenças aos índios”, disse a internauta indígena de nome Moara Tupinambá.
A reportagem do ÚNICO procurou o governador paraense por meio de sua assessoria de imprensa para ampliar a informação, mas o órgão se limitou a enviar nota apontando que “assim que tiver informações, enviamos”.


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