Expulsão de garimpeiros das terras Yanomami acende alerta no Amazonas

Deputado aponta risco migração para terras indígenas do Estado

Ação policial do governo federal começou nesta segunda-feira, em Roraima

Valéria Costa
Correspondente

Brasília (ÚNICO) – As forças de segurança do governo federal começaram nesta segunda-feira (6) as ações de retirada e expulsão dos garimpeiros que atuam ilegalmente na extração de minérios nas terras indígenas do povo Yanomami, no interior de Roraima. Diversas medidas estão sendo tomadas para extinguir essa prática criminosa naquela área. Mas, autoridades do Amazonas alertam que esse problema pode apenas mudar de endereço e os garimpeiros migrarem para terras indígenas do Estado.
Um dos que chamam a atenção para o fato é o deputado federal Saullo Vianna (União), já que a ofensiva do governo federal naquela região está provocando ora enfrentamento, ora fuga em massa de garimpeiros ilegais.
“Faz-se necessária uma ação que acompanhe para onde esses garimpeiros estão indo, para evitar que esses eles migrem para o Amazonas e o problema apenas mude de Estado”, pontuou o parlamentar.

A retirada

Coordenada pela Casa Civil do Palácio do Planalto, em conjunto com o Ministério da Justiça e Segurança Pública e dos Povos Indígenas, pelo menos 500 policiais e soldados estão em Roraima para a ação de “despejo” destes garimpeiros.
O ÚNICO procurou a Casa Civil para saber se o governo federal está sensível e ciente sobre um eventual perigo que o Amazonas corre com a possível “invasão” de garimpeiros em solo amazonense. Em nota, o órgão limitou-se a informar que o governo federal monitora e coordena as ações que estão acontecendo na á indígena.
“Neste momento, não é possível detalhar as operações em curso sob pena de comprometer a estratégia de segurança elaborada para que os garimpeiros deixem o território. No momento oportuno, as instâncias competentes darão publicidade ao trabalho realizado”, diz a nota da Casa Civil.

Duas fases

A desocupação dos garimpeiros se dará em duas fases: a primeira será sem conflito devido ao resgate e assistência aos indígenas em situação de calamidade e penúria. Já na fase posterior, será de forma coercitiva, em que serão destruídos equipamentos e pistas de pouso clandestinas, além de prisões de quem resistir.

SSP não responde

O ÚNICO procurou também a Secretaria de Segurança Publica e pediu informações sobre o caso. Se a inteligência local está monitorando essa movimentação em Roraima e o está sendo feito a respeito, mas até o fechamento desta edição a secretaria não respondeu.


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