Esporotricose cresce 65% no Amazonas em um ano

Em um ano, mais de 700 casos da doença foram registrados em humanos

Doença causada por fungo já é preocupação nacional

Alessandra Luppo
Da redação do ÚNICO

A esporotricose, uma doença de pele que é causada por um fungo que está presente na natureza, foi registrada em oito municípios do Amazonas ao longo do último ano, segundo boletim semanal da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP) em seu boletim semanal. Manaus, Urucurituba, Careiro da Várzea, Careiro Castanho, Barcelos, Iranduba e Juruá têm, ao todo, 798 casos da doença, no período de 2022 a 2023.

O que é a esporotricose

A esporotricose é uma doença causada pelo fungo do gênero Sporothrix, que está presente em ambientes que tenham matéria orgânica como no solo, vegetais, palha, madeira, etc. Ela começa com um pontinho vermelho, semelhante a uma picada de mosquito e progride para feridas com pus que crescem ao longo das semanas e não cicatrizam. Em casos mais graves pode acometer o sistema respiratório.

Perfil dos infectados

De acordo com o boletim da FVS, “os casos de esporotricose em humanos são mais observados no sexo feminino e na faixa etária de 20 a 59 anos, sendo a provável transmissão o contato de tratadores ou proprietários com o animal doente”. O boletim destaca, ainda, que 99% dos casos confirmados são residentes da Regional Entorno de Manaus e Rio Negro, principalmente na capital Manaus, com 390 casos, o que representa 96,8%.

Casos registrados

No Amazonas, de janeiro a outubro de 2023, foram notificados 547, destes 403 foram confirmados para a doença em humanos. Já em todo o ano de 2022, foram notificados 251, sendo que, deste número, foram confirmados 245 casos de esporotricose humana.

Preocupação nacional

A Sociedade Brasileira de Infectologia e o Instituto Nacional de Infectologia (INI) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) já apontaram que o crescimento da esporotricose no país está em “níveis epidêmicos”. A doença não integra a lista de notificação obrigatória do Ministério da Saúde, o que causa desconhecimento de dados na maioria dos estados brasileiros.

O Ministério da Saúde informou que, mesmo sem o registro da doença, a quantidade de medicamentos vendidos para tratamento dessa doença indica que ela está em crescimento no país.

No país, além do Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pernambuco, Paraná, Paraíba, Rio de Janeiro, Rondônia e o Distrito Federal, incluíram a enfermidade na lista de doenças de notificação compulsória.

Confira o boletim da FVS na íntegra

Com informações da FVS, Correio Braziliense e Ministério da Saúde


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