A educação financeira ao ser implementada nas escolas possibilita o desenvolvimento de conhecimento e de habilidades que contribuirão para a formação de um cidadão ativo e com possibilidades de construir uma relação saudável e próspera com o dinheiro e com as finanças.
Uma vez que a educação financeira seja de conhecimento social passa a contribuir de forma direta para a redução do endividamento e da inadimplência.
Apesar da inegável relevância, a educação financeira ainda precisa de alinhamento e de direcionamento para ser incluída nos currículos educacionais com foco no desenvolvimento da cidadania ativa, independência, liberdade e responsabilidade financeira.
No renomado ranking da Pesquisa Global de Educação Financeira da Divisão de Ratings e Pesquisas da Standard & Poor’s), que mensura o nível de educação financeira em 144 países, o Brasil ocupa a posição de número 74 posicionando-se atras de países como Madagascar, Togo e Zimbábue (que estão na lista dos mais pobres do mundo).
A pesquisa investigou ainda qual o percentual da população pode ser considerada alfabetizada financeiramente (mensurado através do conhecimento de quatro conceitos financeiros básicos: aritmética, diversificação de risco, inflação e juros compostos. Neste quesito, somente 35% da população brasileira encontra-se alfabetizada financeiramente.
Em relação aos países mais bem posicionados no ranking, temos: Noruega, Dinamarca e Suécia, onde 71% dos entrevistados passaram no teste. Na última posição ficou o Iêmen, onde apenas 13% foram aprovados.
Atualmente, os jovens estão inseridos num cenário financeiro complexo e cheio de gatilhos para o consumo emocional o que exige muito mais conhecimento e organização financeira para evitar as armadilhas do endividamento e da inadimplência. Dessa forma, somente uma educação financeira precoce pode contribuir para um futuro financeiro mais positivo.
Muito se questiona qual o momento mais adequado para inserir os conhecimentos de educação financeira nas escolas. Alerta-se que em 2005 a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE indicou que a educação financeira deveria ser ensinada nas escolas o quanto antes possível em especial aos 6 anos de idade e que nesta idade os conhecimentos deveriam ser implementados de forma lúdica.
No Brasil, dois marcos merecem destaques: em 2010, surgimento da Política Pública de Educação Financeira e 2020, com as diretrizes abordadas na Base Nacional Comum Curricular – BNCC. Neste último ano, a educação financeira passa a ser obrigatória no país.
A educação financeira para as crianças deve ser abordada com foco na formação da consciência financeira através do planejamento e do gerenciamento de tempo. Já para os jovens, a educação financeira entra de forma interdisciplinar inserida nas demais áreas do conhecimento de humanas e matemática.
Por fim, ao inserir a educação financeira nas escolas oportunizamos a formação de um cidadão com capacidade para administrar a sua renda possibilitando que este possa consumir de forma consciente e/ ou ter possibilidade de gerenciar as suas dívidas, reduzir a inadimplência, melhorar a sua qualidade de vida e que possa tirar do papel os seus sonhos futuros.
O conteúdo deste artigo é de inteira responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do ÚNICO