Pesquisador aponta que a seca atrapalha deslocamento de madeireiros
Pará e Mato Grosso registraram os maiores índices no período
Brasília (ÚNICO) – O Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) divulgou nesta sexta-feira (6) que, na Amazônia, a destruição da floresta foi de 590,3 km² em setembro deste ano, caindo 59% na comparação com o mesmo período do ano passado. Em 2022, foi atingido o número mais alto para setembro, com 1.454,7 km². Os dados são do Deter, sistema que reúne informações para o combate ao desmate quase em tempo real. A série histórica recente do sistema tem início em 2015 para a amazônia.
Os piores índices de desmatamento no bioma em setembro foram registrados em Pará (282,2 km²), Mato Grosso (116,5 km²) e Amazonas (94,6 km²).
Seca deu uma mãozinha
Segundo Paulo Moutinho, pesquisador sênior do Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia), em entrevista à Folha de S. Paulo, a seca ajudou um pouco na redução do desmatamento. Ele considera que a dificuldade nos deslocamentos na região, por conta dos rios secos, pode ter influenciado a redução na derrubada da floresta.
“Embora na seca seja mais fácil desmatar, porque há diminuição da umidade, facilitando principalmente a limpeza das áreas derrubadas com fogo, boa parte do transporte de madeira retirada por desmatamento, seja ele legal ou ilegal, é feita através dos rios, que estão com níveis bastante baixos”, explica.
Combate
Paulo Moutinho aponta que a melhora nos números do desmatamento na Amazônia também podem ser resultado das ações de fiscalização implementadas pelo governo federal, aliadas a campanhas contra o garimpo ilegal e outros ilícitos ambientais.
O que faz o Deter?
O Deter mapeia e emite alertas de desmate com o objetivo de orientar ações do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e outros órgãos de fiscalização. Os resultados representam um alerta precoce, mas não são o dado fechado do desmatamento.