Humildemente, confesso que antes de escrever meu artigo semanal, não tinha a menor ideia sobre do que falaria. Dúvidas, branco, enfim, sem saber. Normal, acontece. Falar do estágio de crise política existente atualmente? Já tão tão falado? Poderia cair no lugar comum, mas também faz parte.
Pensei, pensei. Resolvi! Vou falar sim. Não faz parte de mim a omissão. calar jamais. De forma branda talvez, mas falar. Resolvi. Falei.
A democracia é uma doutrina caracterizada pela soberania popular ou ainda “o governo do povo, pelo povo e para o povo”. Essa citação do renomado presidente (Abraão Lincoln) revela a essência desse regime. Certamente, o poder está nas mãos da população, todavia, esta desconhece os seus direitos.
No Brasil o governo democrático funciona de forma indireta, onde os representantes eleitos pelo povo tomam as decisões em benefício da coletividade”. Porém, não é o que realmente acontece. Quem está no cargo pensa em beneficiar a si mesmo e acredita que o poder está em suas mãos. E por isso, o descontentamento da população, em relação aos seus representantes e instituições políticas, perpetua-se desde os primórdios da sua formação até os dias de hoje.
Atualmente, manifestações ocorrem por toda parte do país: por um lado, aqueles que são a favor do governo atual. E por outro lado, estão aqueles que anseiam por mudanças dentro desse contexto. A tão falada polarização. Diante desse cenário, conflitos verbais, com inimizades pelo simples fato de um não aceitar a opinião do outro e chegando ao absurdo dos embates físicos se tornando marcantes e absurdos, onde até baderna passou a existir (que abomino), comprometendo, assim, a tão importante e essencial ferramenta da democracia: o diálogo.
Em síntese, sabe-se que a participação popular na política é fundamental para um governo democrático, afinal, o governo é exercido pelo povo, e não somente pelos representantes confinados em seus gabinetes. A consciência política tem que ser cultivada em todos os cidadãos para que a perspectiva democrática brasileira esteja ajustada e dentro dos padrões do regime.
Sou da época do final do Regime Militar, da redemocratização. Confesso que tenho saudades dos protestos daquela época, quando apenas íamos pras ruas com faixas e palavras de ordens. A avenida Eduardo Ribeiro lotada. A avenida Paulista com milhões de pessoas. No Rio, a Cinelândia, então nem se fala. Os discursos inflamados dos grandes políticos nos levavam ao delírio. Juro, sinto saudades, porque ao contrário dos dias atuais, o ódio tem vencido os argumentos. Fator básico da democracia.
Força Brasil! Força minha gente! Ficar inimigo de um familiar ou de um antigo amigo, por conta de não aceitar o pensamento do outro, foge do meu entendimento. As divergências sempre vão existir. Mas é possível viver com elas. Sem entender, paro hoje por aqui.
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