A construção está prevista para 2023, o ano da cultura para Manaus. O projeto já está na Comissão de Licitação para os encaminhamentos legais
As articulações começaram na gestão do prefeito Serafim Corrêa (2005-2009), que designou o seu vice Mário Frota, juntamente com o engenheiro Carlos Valente, então presidente do Instituto Municipal de Planejamento Urbano de Manaus (Implurb) para as devidas tratativas junto ao escritório do renomado arquiteto Oscar Niemeyer, o que foi feito e consumado.
O projeto faz parte do Catálogo das obras do Mestre Oscar Niemeyer https://www.oscarniemeyer.org.br/obra/pro604 com a seguinte descrição: “o encontro das águas escuras do Rio Negro com as águas amarelas do Rio Solimões a deslizarem 6 km sem se misturarem é um espetáculo único em todo o mundo. Um ponto de atração incomparável para todos que vivem ou passam pelo norte do País”.
E são tantos os que procuram conhecer esse espetáculo extraordinário que o prefeito de Manaus, David Almeida resolveu construir esta obra no frontal do Encontro das Águas na forma de um Parque, que ele batizou com o nome de sua mãe Rosa Almeida, após sua morte. Mas, na referência em pauta a obra é descrita como “um memorial que vai abrigar um salão de exposições e um aquário de peixes dessa região, uma praça destinada à apresentação de danças típicas amazônicas, um pequeno restaurante, onde com mais tranquilidade pudessem apreciá-lo. Isso explica o projeto e a forma arquitetônica adotada, que sugere aos que chegam esse milagre da natureza.” Referência: NIEMEYER, Oscar. Oscar Niemeyer: 1999-2009. Rio de Janeiro: 7Letras, 2009. p.72.
Para o diretor-presidente do Implurb, Carlos Valente, na gestão do Prefeito David Almeida, que monitora o projeto desde o início, “os estudos geomorfológicos e geotecnológicos e de readequação da parte de urbanismo da obra já foram concluídos e encaminhados para Comissão de Licitação. O projeto inclui a estabilização do talude e edificações, inclusive do entorno, com recuperação do acesso viário, cerca de 2 quilômetros até a obra”.
O presidente do Implurb, declara de forma afetiva: “tive oportunidade de conversar com o Oscar Niemeyer, apesar dos seus 97 anos à época era de uma lucidez genial, lembro-me que almocei com ele um estrogonofe, arroz e batata palha depois tomamos um café e ele tinha uma cigarrilha produzida por Cuba especialmente pra ele visto que ele era amigo do Fidel, foi quando eu percebi os traços da genialidade do Mestre”.
Por ser uma das últimas obras do Niemeyer no Brasil e a primeira no Amazonas, Manaus sem dúvida entrará no roteiro das grandes metrópoles das artes, agregando ao seu patrimônio histórico, cultural e ambiental a genialidade do Mestre da arquitetura mundial. Por esta razão “estamos fazendo todos os esforços pra realizarmos uma obra a altura dele e do nosso patrimônio colossal que é o Encontra das Águas. Todo este trabalho deverá ser documentado para a presente e futuras gerações”, explica Valente.