Tribunal de Contas da União confirmou superfaturamento e fraude
Ex-presidente pagou também por voos que não foram feitos
Brasília (ÚNICO) – O Tribunal de Contas da União (TCU) informou nesta terça-feira (4) que o governo de Jair Bolsonaro pagou pelo transporte de uma usina de oxigênio para Manaus, no auge da pandemia no início de 2021, R$ 420 mil a mais do valor real do frete. Além disso, pagou também por transportes aéreos que nunca foram realizado, para a mesma empresa, a VTCLog, que está sendo investigada desde 2022. A informação foi divulgada nesta manhã, pela GloboNews.
Segundo a agência de notícias, os auditores do Tribunal analisaram o contrato entre o Ministério da Saúde (da época, sob o comando de Eduardo Pazzuello) e a empresa de logística VTCLog e encontraram indícios de superfaturamento e fraude em serviços cobrados pela empresa e pagos pelo governo no início de 2021. O caso chegou ao TCU após representação dos senadores Eliziane Gama (Cidadania-MA) e Alessandro Vieira (sem partido-SE).
Fretamento
Segundo parecer da área técnica do TCU, as provas colhidas ao longo do processo indicam que, além do sobrepreço no transporte de usina de oxigênio para Manaus, o governo pagou a VTCLog pelo fretamento de aviões que distribuíram os primeiros lotes de vacinas contra a Covid-19 em janeiro de 2021. Ao todo, a VTCLog emitiu quatro notas fiscais pelo serviço, totalizando R$ 6,6 milhões, com a autorização dada por Roberto Ferreira Dias, ex-diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde na gestão de Eduardo Pazuello.
Entretanto, as primeiras doses da Coronavac enviadas aos postos de saúde em diversos pontos do país foram transportadas gratuitamente por companhias aéreas que doaram voos ao governo ou pela Força Aérea Brasileira (FAB), alegam os auditores, que tiveram por base documentos do próprio Ministério da Saúde. A FAB informou ter transportado 44 toneladas de carga de vacinas da Coronavac para as capitais 10 estados e do Distrito Federal, ao passo que a VTC cobrou pelo transporte de 64 toneladas.