Agressão e prisão aumentam as denúncias contra a Amazonas Energia

Depoimentos à CPI da Energia apontam cobrança de “propina” e pressão

Deputado Sinésio Campos considerou os depoimentos “aterrorizantes”

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Amazonas Energia da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) ouviu dois depoimentos que relatam agressões físicas e prisão arbitrária de consumidores por parte de funcionários da empresa. O presidente da CPI, deputado Sinésio Campos (PT) classificou as denúncias de “aterrorizantes”.

Na penitenciária

Um dos depoentes foi Izaquiel Martins da Silva, proprietário de um galpão no bairro
Jorge Teixeira, onde trabalha reciclando plástico. “Paguei minha dívida na Amazonas
Energia e quando eles iam religar a energia pediram para eu fazer um cabeamento e
barramento. Chamei um amigo para fazer o serviço e, enquanto ele trabalhava,
apareceu um carro da Polícia Militar e um carro da Amazonas Energia e nos levaram à
delegacia”, relatou. Izaquiel foi acusado de estar fazendo “gato” quando estava obedecendo à ordem de fazer um cabeamento, e foi preso em flagrante como “ladrão de energia” e o delegado de plantão sequer o ouviu. Izaquiel baixou para a penitenciária, onde ficou por três dias. “Nunca me senti tão humilhado”, relatou.

Acusação de fraude

O segundo depoimento, foi do empresário Marcelo Medeiros, dono de uma padaria que tinha débitos com a concessionária de energia. “Queriam cortar a energia elétrica da padaria e cobraram propina da minha esposa. Ela não quis pagar e eles realizaram o corte. Minha esposa me ligou porque depois falaram que iam levar o medidor, diziam que havia uma fraude no nosso estabelecimento. Isso é um absurdo, visto que de janeiro a setembro a conta aumentou de R$ 1.700 para R$ 3 mil. Nunca fraudamos nada”, afirmou.

Agressão física

Sem ser avisado previamente da retirada do contador, o empresário Marcelo Medeiros não autorizou que o levassem, então os funcionários chamaram duas advogadas e dois supervisores. A partir daí a confusão se instalou, com bate-boca e acusações. “Os funcionários ficaram agressivos e começaram a xingar. Um deles me desafiou e quando andei na sua direção, um técnico da empresa me deu um mata-leão, desmaiei e depois ele fugiu. Tudo isso foi gravado e postado nas redes sociais e mesmo assim depois os funcionários fizeram um Boletim de Ocorrência dizendo que os agredi, um absurdo”, denunciou.

CPI vai aos bairros

Durante a reunião, os deputados aprovaram requerimentos convocando produtores
independentes de energia elétrica do Estado e anunciaram que no dia 2 de dezembro
será realizada a primeira CPI Itinerante em um bairro da cidade de Manaus para ouvir
a população.
Também ficaram marcados para a próxima reunião, na terça-feira (16), os depoimentos da assessora jurídica e do diretor técnico do interior da empresa Amazonas Energia.


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