Bolsonaristas de Manaus aceitaram sair sem confronto (ver vídeos)
Mas primeiro xingaram, apedrejaram e confrontaram a imprensa e a polícia
Solange Elias
Da equipe do ÚNICO
A presença de caminhões e dos garis da Secretaria de Limpeza Pública confirmam que nesta segunda-feira (9), os bolsonaristas acampados em frente ao Comando Militar da Amazônia por mais de 60 dias desmontaram o acampamento e voltaram para suas casas. Os agentes de limpeza são sempre os últimos a entrar em caso de operações coordenadas como aconteceu pela manhã, com a Secretaria de Segurança Pública, a Secretaria Municipal, a Polícia Militar, a Tropa de Choque, o Batalhão do Exército e outros agentes públicos.
Resistência e xingamentos
Eles saíram, mas não sem antes resistir, exigir mais de três horas de negociação com todos os integrantes da alta cúpula da Segurança Pública e tentar o confronto com todas as equipes de reportagem que estavam cobrindo o fato e transmitindo ao vivo as informações. Os jornalistas que transmitiam eram xingados constantemente, assim como os policiais que faziam proteção a eles e aos próprios acampados. Uma equipe do jornal A Crítica foi duramente hostilizada. “Vou jogar água de mijo em vocês! Respeitem, p**”, disse uma mulher para os repórteres.
Houve tentativa de revide e algumas pedras chegaram a ser lançadas, mas logo a situação foi acalmada.
Veja o discurso desta senhora aos policiais:
Tropa de choque
A chegada da Tropa de Choque da Polícia Militar não deixou dúvidas sobre o cumprimento da ordem da juíza Jaiza Fraxe que, na manhã desta segunda, determinou a retirada do acampamento “mesmo que fosse necessário o uso de força”. A ordem da juíza é esvaziar o local até as 18h. Veja o vídeo:
Sem prisões
Segundo as primeiras informações da segurança, os bolsonaristas não foram presos como aconteceu em Brasília, apenas voltaram para casa. O jornalista Mário Adolfo Filho registrou em seu Twitter: “levaram até a Juma” (veja foto).

Sem retorno
O secretário de Segurança Pública do Amazonas, general Carlos Alberto Mansur, ressaltou que a retirada continuará até que todo o local esteja limpo. “Estamos fazendo tudo de maneira pacífica, temos até às 18h. Estamos negociando, o Exército está nos ajudando nessa negociação. Vai estar tudo dentro da normalidade”, destacou Mansur.
O general disse também que orientou os militares do CMA para não permitirem uma nova aglomeração em frente à unidade militar. “Já falamos com o Exército, a ideia é que após a retirada do pessoal o próprio Exército não vá permitir que manifestantes retornem à frente CMA”, encerrou.




