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A Economia Verde é a economia do mundo sustentável?

Por: Michele Lins Aracaty e Silva

Economista, Doutora em Desenvolvimento Regional, Docente do Departamento de Economia da UFAM, ex-vice-presidente do CORECON-AM.

“A humanidade abriu as portas do inferno” com a crise climática

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            Com o propósito de intensificar os debates acerca da crise climática e preparar a discussão para a COP28, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, convocou os mais influentes chefes de estado e líderes empresariais para o que denominou de “Cúpula da Ambição Climática”.

            O evento ocorreu em Nova York e contou com a presença de cerca de 34 estados membros com destaque para: Canadá, União Europeia, Paquistão, África do Sul, Tuvalu e Brasil. Contudo, os principais poluidores, como: China e Estados Unidos não se fizeram presentes frustrando ambientalistas.

            Durante a abertura, Guterres alertou que “se nada mudar, vamos atingir um aumento de 2,8°C na temperatura global e caminhar em direção a um mundo perigoso e instável”. Segundo o secretário: “a era do aquecimento global acabou, a era da ebulição global chegou”.

            Durante a abertura, chamou a atenção do mundo a ausência dos Emirados Árabes que serão sede da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas entre novembro e dezembro deste ano na Expo City, em Dubai. A COP28 reunirá quase 200 países e terá como foco a primeira avaliação oficial do Acordo de Paris assinado em 2015.

            A Cúpula da Ambição Climática, tem como objetivo o estímulo às ações de países e empresas cujos planos climáticos não estejam alinhados com a meta climática global. Para o encontro, pela primeira vez na história, estiveram presentes o Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional, a cidade de Londres e o estado da Califórnia.

            O Cúpula propõe o detalhamento das ações e a publicização do progresso por parte dos países em relação às mudanças climáticas. Ademais, um dos mais relevantes pedidos do secretário-geral da ONU é que os formuladores de políticas dos países intensifiquem esforços para controlar as emissões de gases que causam o aquecimento global.

            Guterres, destacou que: “é necessário que os países membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento (OCDE) parem de usar o carvão, o pior dos combustíveis fósseis, até 2030 e o resto das nações até 2040. Além disso, pediu o fim da ajuda pública aos combustíveis fósseis, que um relatório recente do Fundo Monetário Internacional estimou em US$ 7 trilhões só em 2022, o equivalente a 7,1% do PIB global”.

            Acerca da participação brasileira no evento. Coube à Ministra do Meio Ambiente, anunciar o compromisso do Brasil em relação à redução das emissões: em 48% até 2025 e em 53% até 2030. Trata-se de um avanço em termos de compromisso, mas em números absolutos, voltamos aos níveis apresentados em 2015.

            Ainda parafraseando do secretário-geral da ONU, “a ação climática é ofuscada pela magnitude do desafio, esta conferência começou com a definição de Cúpula de Ambição Climática e terminará como a Cúpula de Esperança Climática”. Será?

            Por fim, de acordo com o Relatório Síntese sobre Mudanças Climáticas 2023 lançado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas – IPCC “ações urgentes contra a mudança climática, são necessárias para garantir um futuro habitável”.

* Esta declaração marcou o discurso do secretário-geral da ONU, António Guterres, durante a Cúpula da Ambição Climática em Nova York.

MICHELE LINS ARACATY E SILVA, Economista, Doutora em Desenvolvimento Regional, Docente do Departamento de Economia da UFAM, ex-vice-presidente do CORECON-AM.


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