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Empreendedorismo amazônico

Por: Michele Lins Aracaty e Silva

Economista, Doutora em Desenvolvimento Regional, Docente do Departamento de Economia da UFAM, ex-vice-presidente do CORECON-AM.

A Economia da Pesca

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Desde os primórdios da humanidade, o pescado constitui numa relevante fonte de proteína animal. Nas últimas décadas, observamos um crescimento da demanda mundial impulsionado pelo crescimento populacional.
A atividade pesqueira ainda é considerada a principal economia em algumas comunidades ao redor do mundo e para muitos países de economia frágil é a única fonte de renda.
A atividade pesqueira é uma prática secular e tendia à subsistência. Com o passar do tempo, o crescimento de vilas, comunidades e sociedades mais complexas exigiram uma adaptação para uma atividade de comercialização e geração de lucros.
Atualmente, a atividade pesqueira pode ser praticada tanto de forma artesanal como industrial.
De acordo com a FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e a Alimentação), a atividade emprega cerca de 30 milhões de pessoas em todo o mundo, número superior à população de muitos países.
Cerca de 35% da produção mundial é oriunda dos países asiáticos: China, Índia, Vietnã, Indonésia, Bangladesh e Filipinas. Tais países detém as maiores frotas de embarcações e fomentam o maior volume de investimento em tecnologia com foco no aumento da produtividade.
Em relação ao mercado, a oferta do produto está relacionada à decisão do produtor e do pescador que dependem do preço que o pescado pode alcançar no mercado e de quanto os consumidores querem e estão dispostos a pagar pelo produto.
Em relação ao impacto da atividade de cultivo sobre o meio ambiente (pegada ambiental) e emissão de gases de efeito estufa a atividade de pesca apresenta impacto inferior às outras fontes de proteínas.
A pesca predatória constitui num dos maiores problemas relacionados à atividade pois não resguarda o período de reprodução das espécies comprometendo a vida marinha bem como a oferta de produto no mercado.
Acerca do Brasil, a atividade representa um dos mais importantes setores produtivos do agronegócio, gera emprego e renda além de compor a pauta de exportações.
As peculiaridades naturais, abundância dos recursos hídricos, diversidade de espécies e clima favorável transformam o Brasil numa superpotência pesqueira com elevada vantagem competitiva.
De acordo com o Ministério da Agricultura e Pecuária, a pesca é uma atividade comercial praticada ao longo de todo o litoral brasileiro, estendendo-se por mais de 8.500 km de costa e de elevada importância socioeconômica para inúmeros trabalhadores destas regiões.
Levando-se em consideração o ano de 2020, de acordo com a Engepesca, a produção de peixes atingiu quase 803 mil toneladas no Brasil, um aumento de 38,7%, foi responsável por gerar $ 8 bilhões em receitas e foi responsável por 1 milhão de empregos diretos e indiretos.
Tal cenário, coloca o Brasil na quarta colocação entre os maiores produtores mundiais com destaque para o cultivo da Tilápia que representa 60% da produção nacional. Em relação aos peixes nativos, destaque para o Tambaqui com 35% e as demais espécies com 5%.
A baixa expressividade das espécies nativas deve-se à falta de investimento dos principais estados produtores, dificuldades logísticas e problemas de comercialização.
Acerca do desempenho por estado, temos: Paraná como líder nacional, São Paulo, Rondônia, Santa Catarina, Maranhão, Minas Gerais, Bahia e Goiás.
O Amazonas está na 18° colocação nacional entre as 27 unidades da federação. Destaque para a Matrinxã que é cultivada nos seguintes municípios: Rio Preto da Eva, Manacapuru, Manaus, Presidente Figueiredo e Iranduba. Além de Matrinxã, o Amazonas se destaca na produção do Pirarucu e do Tambaqui.
Entre os principais destinos das exportações do pescado brasileiro, temos: Estados Unidos, China e Colômbia que demandam a Tilápia, seguida por Curimatá e Tambaqui


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