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A CARÊNCIA É SUA INIMIGA

Vou dizer isso da maneira mais honesta para você. Talvez, o meu querido leitor(a) se identifique… talvez não! Ocorre que eu estou numa fase reflexiva sobre a tal carência e chegando ao denominador comum de que meu “eu carente” é meu pior inimigo. Ponto!

Detesto admitir isso e ao mesmo tempo preciso escrever sobre, até para exorcizar meus demônios ou convidá-los para beber um chá da raiz de Valeriana. Quem sabe assim, acalmo os ânimos, vejo a raiz da questão, aceito o que vier e posso até transcender neste processo. Quem sabe…

Vamos lá!

Etimologicamente, a origem da palavra carência deriva do latim “carentia”, que tem o sentido de falta, privação, escassez, ausência. Existem vários tipos de carências e, definitivamente, eu me enquadro em quase todas hahahah. Enfim…

Todos os dias lidamos com os mais variados tipos de carência. Seja o seu plano de saúde, seja a carência de uma assessoria jurídica, econômica ou aquela que todo mundo fala, mas não admite: carência emocional, que é tão indigesta quanto um saldo bancário negativo.

Quando eu comecei a estudar de forma autodidata sobre o zen budismo, não gostava muito da parte que falava sobre que “a vida é sofrimento”.

Como assim?

Ninguém aceita sofrimento. Não, não. Isso não pode ser pra mim. Descartei na hora.
Tudo bem que todo mundo sofra, mas porque se fixar nisso?

Segui meus estudos, e vejam só, a coisa começou fazer certo sentido para mim.

Buda disse que a razão de todo sofrimento é o desejo. O apego a esse desejo faz com que você faça muitas maluquices. É quando o pensamento fica torto. Agimos baseado em nossa ânsia de alcançar, de realizar desejos e esquecemos do principal: que somos apenas seres humanos. Não temos o controle sobre tudo. Não controlamos o tempo e nem o espaço.
Entender isso é um passo importante.

A carência é tua inimiga porque você vive na expectativa de ser “olhado” pelo outro. Vive na expectativa que teu chefe de dê aquela promoção, que você seja amado (a) por tudo e todos e por aí vai.

O grande barato quando você medita sobre estas coisas é que começa a fazer sentido o fato de que a sua carência não é real e que você tem infinitas possibilidades de lidar com suas dores.

A carência afetiva dói. A falta de saúde dói. A falta de dinheiro, dói. A falta de pertencimento a um grupo, dói. Carência é falta, e falta dói. E, quando a carência é viciante, ela assume o comando da nossa vida. É quando o desastre se faz.

Dalai Lama já disse que todo nós queremos ser felizes, que ninguém quer sofrer. Como ser humano, nosso desejo de felicidade é voltado à satisfação de nossas necessidades e que isso é realmente uma força motriz que nos move, o problema é que, por mais gratificante que seja, toda experiencia está fadada a mudar.

Na nossa vida, tudo muda o tempo todo. Nosso corpo, muda. O nosso estado de espírito, idem. O nosso trabalho, as pessoas que amamos, mudam. Tem gente que, durante a jornada, muda até de sexo.
Então é preciso entender que tudo, absolutamente tudo, muda.
Aceitar isso é um grande passo.

Nas palavras da monja Pema Chodron: “Quando a resistência se vai, os demônios se vão”

Passo para vocês!

PS: A semana que tem a parte 2 deste texto.

Os artigos publicados com assinatura não traduzem necessariamente a opinião do ÚNICO.

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