Bem aventurados os longevos. Isso é bíblico. Me encanta a pessoa que ultrapassa os anos, acumulando sabedoria, conhecimento, tendo consciência de que cada ano vivido, etapas vencidas, vividas, ciclos que se fecham. Pela primeira vez na história do Brasil, segundo o censo demográfico, divulgado pelo IBGE, o número de pessoas acima dos 65 anos, ultrapassou o somatório de crianças e adolescentes. Isso significa que o país envelheceu. Estou feliz, pois aos 65 anos recém completados, estou neste time.
Viver é dádiva, saber viver é benção. Muitos envelhecem e não aprendem a viver, apenas existem.
“A vida é combate que os fracos abate, os fortes, os bravos, só pode exaltar!”, Antônio Gonçalves Dias, poeta maranhense.
Viver não é fácil, ao contrário, é um desafio permanente e constante em vencer intempéries, pular situações difíceis, superar perrengues. A vida é frágil, por qualquer coisa se vai embora. Uma queda, um engasgo, uma pneumonia, um vírus, uma batida de carro, a queda de avião, ou o coração que para de bater. Recentemente, do nada, fomos apresentados a um vírus letal, que veio de muito longe, ceifando vidas no mundo todo. O “corona”, não respeitou sexo, credo, classe social, nível de inteligência, idade, cor da pele, e levou embora milhões de pessoas por onde passou. Somos sobreviventes de dias tristes e preocupantes.
Temos que conviver diariamente com crises criadas por nós mesmos: climática, hídrica, moral. O mundo tomou um rumo, em que pessoas de bens são administradas por energúmenos e pascácios, sem nenhuma responsabilidade para com o próximo e visão de futuro. Tempos esquisitos esses, em que mentecaptos e beócios estão a nos dirigir e ditar regras para todos.
Saber viver é adaptar-se ao caminho que o tempo faz, intrépido e suave, e seguir firme, aproveitando o percurso.
Nas Sagradas Escrituras, no livro de Eclesiastes, diz: “Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu.
“Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou;
Tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derrubar, e tempo de edificar;
Tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar;
Tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar, e tempo de só oergenafastar-se de abraçar;
Tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de guardar, e tempo de lançar fora;
Tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de estar calado, e tempo de falar;
Tempo de amar, e tempo de odiar; tempo de guerra, e tempo de paz”.
Também há um tempo em que a vida nos presenteia. Digo para todos, que nasci sem nenhum talento, mas Papai do Céu, justo e generoso, colocou no meu caminho, pessoas que nada mais são do anjos, que fazem a minha vida mais bonita e útil.
Através do amigo, Sargento James, conheci, via ligação telefônica, um senhor, baiano de Ilhéus, radicado em Brasília, General do Exército brasileiro. Nos poucos minutos de conversa, já parecia que tínhamos décadas de convívio, tamanha foi nossa sintonia. Passamos a nos falar diariamente, e ele, sempre gentil e generoso, passou a me incentivar a “prosseguir na missão”.
No lançamento do livro “Das muletas fiz asas”, em junho de 2022, tive a honra e o privilégio de sua presença, coisa reservada a amigos especiais.
Quantos ensinamentos tenho recebido dele. Sua maneira afável e respeitosa de tratar o próximo, seu riso frouxo, sua vocação para fazer o bem, sua disposição em ajudar os mais necessitados, fazem dele, um ser humano especial, um ser de luz, um homem decente, honrado e diferenciado. Um exemplo a ser seguindo na aridez de homens de boa vontade.
Juntamente com sua eterna namorada, dona Suzete, constituiu abençoada e feliz família, que frutificou com os filhos: Luiz Henrique, Luciano, Vinicius, e netos: Thomas, Laura, Júlia, Clara e Gabriel. Como a vida organizada, meu amigo segue lúcido e pleno, saboreando os frutos que foram plantados lá atrás.
Neste dia 08 de março, quando se celebra seus primeiros 80 anos de caminhada, rogo a Papai do Céu que proteja, abençoe, ilumine e guarde meu querido amigo Luiz Henrique Moura Barreto, juntamente com sua família, dando-lhe saúde, sabedoria, sorrisos, fé, paz, realizações, conquistas, e acima de tudo proteção divina.
Gratidão ao bom e maravilhoso Deus pelo amigo que me presenteou.
Viva a Vida! Viva General Moura Barreto. Avante! Siga na missão! Vida longa, amigo; o senhor ainda tem muito a ensinar.
Fraternal abraço, Luiz Thadeu Nunes e Silva.
Luiz Thadeu Nunes e Silva, Eng. Agrônomo, Palestrante, cronista e viajante: o latino americano mais viajado do mundo com mobilidade reduzida, visitou 151 países em todos os continentes da terra. Autor do livro “Das muletas fiz asas”.
Membro do IHGM, Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão. ABLAC, Academia Barreirinhense de Letras, Artes e Ciências.
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