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Wilson Lima concluirá o mandato de governador?

Por: Carlos Santiago

Sociólogo, Analista Político, Advogado e Membro da Academia de Letras e Culturas da Amazônia – Alcama.
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O Brasil tem uma tradição perversa que envolve violência, autoritarismo, patriarcado, elitismo, racismo e a exclusão social e econômica de milhões de pessoas. É o nosso modelo de necropolítica em que as omissões ou ações do estado e da sociedade, levam a mortes de grupos sociais ou criam pessoas descartáveis, com autorização do direito, da moral social e até de valores religiosos.

A segregação dos povos originários ou a eliminação deles e de suas culturas marcam a história do país. Em pleno século XXI, a tragédia humanitária dos ianomâmis, em Roraima, demonstra toda lógica praticada por ações ou omissões do estado e da sociedade, até o momento, sem nenhuma punição.

Homicídios de jovens negros só crescem nas periferias por decisões de agentes do Estado, por omissões estatais e por grupos sociais que negam a importância social e econômica das pessoas pretas, com questionamento ou com impedimento da participação do homem e da mulher preta nas universidades e nos espaços de poder político.

Execuções de pessoas por policiais foram naturalizadas. A maioria das vítimas é formada de pobres e de moradores de bairros onde reina a violência. Há imagem negativa produzida por parcela significativa da população brasileira sobre os habitantes de favelas. Facções criminosas, milicianos e policiais causam mortes e medo aos moradores. Recentemente, em Manaus e no Rio de Janeiro, policiais executaram pessoas em nome da “paz social”.

Pessoas morrem vítimas de deslizamentos de terras ou são soterradas por lamas de barragens de grandes investimentos capitalistas. Áreas de risco para habitação só aumentam, barragens para construção de investimentos do capital avançaram expulsando de suas áreas, moradores e etnias indígenas. As últimas tragédias em São Paulo, em Minas Gerais e em Manaus, aguardam notícias de outras tragédias, com o signo da impunidade de sempre.

O feminicídio avança. O país é um dos piores lugares do mundo para a mulher viver. Na pandemia a violência contra a mulher disparou. Os espaços de poder político ainda são reduzidos para o sexo feminino. Há um patriarcado sólido que impede o aumento de oportunidades para a mulher.

A pandemia da Covid-19 levou à morte milhares de brasileiros e brasileiras por falta de vacinas ou por falta de oxigênio medicinal. Governantes, religiosos e parcela significativa da sociedade, agiram contra a compra de vacinas e, em muitos casos, promoveram corrupção, desviaram dinheiro público ou compraram equipamentos ineficientes para combater a doença.

A exclusão social e econômica é, também, exemplificada a partir do controle do orçamento público por grupos privados e pela apropriação de instituições de estado para promover corrupção. Existem, em várias administrações públicas, mais recursos destinados para campanha publicitária com fins de destacar a imagem do cacique político do que para gastos com merenda escolar ou retirar pessoas das áreas de risco. Anualmente, bilhões são destinados aos líderes políticos do congresso nacional, sem controle social, para investimentos em estradas e empreendimentos próximos dos interesses pessoais dos congressistas.

A necropolítica brasileira, além de eliminar e descartar milhões de pessoas, lança outras milhões em situação de fome ou em condição de insegurança alimentar extrema. Ajudando, inclusive, na manutenção e na ampliação do elitismo dentro do Estado.

Não há caminho novo para romper com essa tradição perversa. A melhor saída para construir um país diferente, inclusivo, sem racismo e justo, é o eleitorado ter consciência de mudar o seu comportamento. Votar com o objetivo de construir um Brasil de todos. Assim a política muda, a qualidade do político cresce e o país, por consequência, será um lugar melhor pra viver.

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